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O que vai acontecer com o dólar em 2021?

O real foi uma das moedas que mais se desvalorizou diante do dólar nos últimos meses. O dólar só sobe mais no ano contra o peso argentino e a lira turca

DA REDAÇÃO – Na última semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a taxa de câmbio de equilíbrio deve estar girando atualmente em torno de R$ 4,50 e que sua expectativa é que a moeda brasileira se valorize cada vez mais conforme o país for avançando nas reformas e vacinação em massa.

“A taxa de câmbio está mais elevada. Provavelmente deveria estar em torno de 4,50 reais agora, houve um ‘overshoot’. Mas estamos avançando nas reformas fundamentais. Assim que o Brasil voltar a crescer, formos para a vacinação em massa, e em três ou quatro meses… provavelmente o câmbio (dólar) vai cair”, disse o ministro durante videoconferência promovida pela Brazilian-American Chamber of Commerce.

O real foi uma das moedas que mais se desvalorizou diante do dólar nos últimos meses. O dólar só sobe mais no ano contra o peso argentino e a lira turca.

Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, relembrou que o fato de haver um patamar tido como ponto de equilíbrio não significa que o país tenha condições de atingir esse valor. Ainda faltam, segundo ele, alguns fatores para o Brasil chegar ao equilíbrio.

“Não necessariamente um câmbio fora do lugar irá voltar para o que o ministro imagina. O problema maior que temos é fiscal, que gera insegurança no investidor e faz com que ele saia do país. Isso coloca o dólar em posição de risco desvalorizando nossa moeda local. O dólar irá caminhar para R$ 4,50 se tivermos reformas que diminuam nosso custo diante da dívida que temos possibilitando que o país cresça e tenha mais espaço fiscal para manobra”, explica Jansen Costa.

Já para Rossano Oltramari, sócio e estrategista da 051 Capital, o câmbio de equilíbrio é o que ele chama de tela, que é o valor atual do dólar. De acordo com ele, há dúvidas se, de fato, será possível a moeda americana chegar nesse patamar no curto prazo.

“Eu acredito que se tivermos reformas avançando no Congresso, privatizações, um plano de vacinação sendo executado de forma rápida, números de mortes da pandemia diminuindo e expectativa de que dólar perca valor diante de outras moedas, podemos ter sim uma valorização do real e câmbio um pouco mais abaixo do que estamos vendo, não necessariamente chegando ao valor exato mencionado pelo ministro. Vale destacar que o real é uma das moedas que mais se desvalorizaram no último ano diante do dólar”, comenta o especialista.

Segundo o boletim Focus, do Banco Central, a expectativa é de que o dólar irá cair ao longo de 2021, mas não chegar a R$ 4,50. A estimativa divulgada na última semana é de que o dólar termine em 2021 a R$ 5,35 e, em 2022, a R$ 5,25.

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