A temporada de 2024 não vai sair tão cedo da memória dos botafoguenses, devido ao até então inédito título da Libertadores e à conquista do Brasileirão após quase três décadas. Só que 2025 já começou faz tempo e o time não consegue virar a página: depois dos fracassos sucessivos na Supercopa Rei, Recopa Sul-Americana e Campeonato Carioca, o desempenho do alvinegro no ano é motivo de preocupação da sua torcida.
O revés mais recente aconteceu pela Libertadores, onde a equipe foi derrotada pelo Estudiantes, em La Plata, ficando em uma situação muito delicada na competição continental – está na terceira posição do grupo, com três pontos. Para os supersticiosos torcedores, o único alento é que na campanha do ano passado, o Botafogo tinha a mesma pontuação nesta fase do torneio e acabou levantando a taça. A única diferença é que o time tinha nomes como Luiz Henrique, Almada e Júnior Santos, que embalaram a reação na segunda metade da temporada.
Para conseguir se recuperar na Libertadores, o time treinado por Renato Paiva tem três decisões em maio, dois deles no “tapetinho” do Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro. “A fase está muito estranha. As oportunidades no ataque são claras, mas não convertemos em gol. Na defesa, temos cometido erros infantis. Precisamos melhorar”, admitiu o treinador. A torcida está impaciente e já chegou a pedir a demissão de Paiva.
No geral, a equipe está há quatro jogos sem vencer e o próximo compromisso é pelo Brasileirão, contra o Fluminense, no fim de semana. Nunca é demais lembrar que o time da estrela solitária ganhou os últimos sete confrontos contra o Tricolor das Laranjeiras, mas uma derrota para o rival pode complicar a situação no clube, que está no limite da zona de rebaixamento.
Heat busca recuperação em casa

Em desvantagem no confronto contra o Cleveland Cavaliers pelo primeiro round dos playoffs da NBA, o Heat tem pela frente dois jogos em casa para tentar evitar a eliminação precoce. Mais do que nunca, a boa fase de Tyler Herro, o jogador mais importante da equipe atualmente, é a esperança dos torcedores da franquia da Flórida. A má notícia, no entanto, é que o time não teve um bom desempenho na temporada regular jogando em sua arena, Kaseya Center: 20 vitórias e 22 derrotas.
As próximas partidas serão no sábado (26 de abril) e na segunda-feira (28 de abril), em Miami Downtown. Com a desvantagem de 2 a 0 na disputa “melhor de 7”, o técnico Erik Spoelstra não quer repetir o fracasso do ano passado, quando o Heat foi eliminado no primeiro round, na época para o Boston Celtics: “É claro que teremos que fazer alguns ajustes, mas a verdade é que o time do Cleveland vem demonstrando que a melhor campanha da Conferência Leste não foi por acaso. Precisaremos jogar o nosso melhor jogo”, disse.
Tyler Herro tem sido o destaque o time, inclusive terminando como o cestinha da segunda partida em Cleveland, na última quarta-feira. Os 33 pontos e seis rebotes, porém, não foram suficientes para parar Donovan Mitchell e seus companheiros. Mitchell, inclusive chegou a ser indicado para receber o prêmio de melhor jogador da temporada (MVP), mas acabou não aparecendo entre os três finalistas.
Copa do Brasil inicia 3ª fase
Com apenas um confronto entre equipes da Série A, terá início no dia 29 de abril a 3ª fase da Copa do Brasil. A competição, que começou em fevereiro e envolve 92 equipes de todos os 27 estados brasileiros, tem agora 32 remanescentes que buscam o título e o prêmio superior a R$ 100 milhões para o campeão.
A principal atração desta etapa é a partida entre Ceará e Palmeiras, no dia 30 de abril, no Castelão. Os dois times estão na primeira divisão e fazem o jogo de volta no Allianz Parque, no final de maio. Em caso de empate na soma dos dois resultados, a classificação à próxima fase será decidida em cobranças de pênaltis. Outro confronto interessante entre os 16 jogos é Corinthians x Novorizontino, ambos de São Paulo.
E agora, uma curiosidade: o atual campeão do torneio, o Flamengo, comprou o mando de campo do adversário, o Botafogo da Paraíba – em vez de jogar no Estádio Almeidão, em João Pessoa, os clubes têm encontro marcado no Castelão, em Fortaleza, cerca de 700 km distante da capital paraibana. Os dirigentes do Botafogo-PB argumentaram que o dinheiro, algo em torno de R$ 6 milhões, será usado em investimentos na estrutura de treinamento.
COLABORAÇÃO / No Ângulo do Gol / Leonardo Macedo @noangulodogol
O futebol brasileiro caminha para uma ‘espanholização’

Nacionalmente, e até certo ponto internacionalmente, o Campeonato Brasileiro é conhecido como uma das ligas mais equilibradas do planeta. Porém, com exceção ao Atlético-MG de 2021 e ao Botafogo de 2024, temos visto nos últimos tempos os dois clubes mais estáveis, tanto esportivamente quanto financeiramente, se sobressaindo no cenário nacional, que são Palmeiras e Flamengo. Desde 2018, o Alviverde venceu três vezes o Brasileirão, e o Rubro-Negro, duas. E a edição de 2025 trafega por uma rota na qual a perspectiva é do retorno deste embate – como acontece na La Liga, da Espanha, em que apenas dois clubes brigam todos os anos pelos títulos.
Embora tenham trilhado no passado caminhos distintos para a retomada do protagonismo, os dois clubes o fizeram de forma eficiente e muito bem planejada. Vou resumir as trajetórias de cada um. O Palmeiras, após o quase descenso em 2014, teve o antigo presidente Paulo Nobre injetando o seu próprio dinheiro no clube, além do excelente acerto com a Crefisa, companhia financeira da atual presidenta Leila Pereira. Não levou tanto tempo para o clube levantar taças e mudar de patamar. E em meio à pandemia do Coronavírus, em 2020, houve a cereja do bolo, que foi o tiro certeiro em Abel Ferreira, multicampeão e treinador do clube até hoje.
Por outro lado, o Flamengo, que vivia endividado, com atrasos salariais e estrutura precária, teve a chegada da chapa do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, no início de 2013. Bandeira adotou uma política de austeridade financeira, reduziu gastos e apostou em contratações a custo zero, sejam elas por empréstimo ou em agentes livres. O clube conseguiu se manter na primeira divisão e com o tempo, o Fla evoluiu abissalmente o orçamento e a estrutura de trabalho, passou a lutar por taças, e atualmente é conhecido como um “clube europeu dentro da América Latina”.
E como resultado, ambos seguem colhendo os frutos de seus projetos, seja com títulos ou grandes campanhas, recordes de arrecadações, sucesso na base com venda dos jovens, entre outros. Investem alto, e no Brasil não parece haver nenhuma outra equipe com tamanho potencial e regularidade quanto essas duas no momento.
É claro que o futebol possui várias valências e o inesperado pode sempre ocorrer, como por exemplo uma má fase de um grande jogador ou uma possível venda deste ou de algum outro atleta vital. Por exemplo, o Palmeiras terá a perda de Estêvão em julho. O Flamengo convive com especulações e propostas do futebol estrangeiro, e com a exposição do elenco no Mundial, o assédio tenderá a ser ainda maior. Mas se atendo ao hoje e cogitando uma provável manutenção do panorama atual, a batalha pelo título brasileiro será intensa até o fim. O que fará a diferença até lá? A consistência deste aguerrido Alviverde de Abel que luta até o fim, ou o crescimento deste estrelado time de selecionáveis do Fla comandado por Filipe Luís, que vem de um início de carreira muito promissor neste ramo?