Protestos, tragédias naturais e leilões marcaram 2013
Vários fatos foram notícias no Brasil, nos EUA e no mundo este ano. Destacamos aqui algumas das mais importantes que atraíram as atenções da imprensa.
Leilão de pré-sal agita o governo
O consórcio formado pelas empresas Petrobras, Shell Brasil, a francesa Total e as chinesas CNPC e CNOOC venceu o leilão do pré-sal do Campo de Libra, localizado na Bacia de Santos, que tem reservas estimadas de 8 bilhões a 12 bilhões de barris de petróleo recuperáveis (isto é, aquilo que pode ser comercialmente retirado do subsolo). O consórcio foi o único a apresentar proposta e venceu ao oferecer o mínimo de 41,65% do lucro do óleo, ou seja, do volume que exceder os custos de operação e os royalties. O consórcio também terá que pagar um bônus de assinatura de R$ 15 bilhões e arcar com um programa exploratório mínimo de cerca de R$ 611 milhões.
Parlamento italiano tem primeira deputada brasileira da história
Aos 33 anos, Renata Bueno, natural de Brasília mas radicada em Curitiba, foi a primeira brasileira nata a ser eleita para o Parlamento da Itália. A deputada, que também tem cidadania italiana, recebeu 20 mil votos nominais dos italianos que vivem na América do Sul–mais de 1 milhão e 460 mil, de acordo com o Istat, equivalente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Itália. A maior parte do votos, claro, veio dos italianos que vivem no Brasil, aproximadamente 252 mil.
Interpol inclui nome de Pizzolato na lista de procurados da Justiça
A Interpol (Polícia Internacional) incluiu o nome do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato na lista de procurados em mais de 190 países. Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão na Ação Penal 470, o processo do mensalão. No entanto, ele viajou para a Itália e, por ter a cidadania italiana, não pode ser extraditado para o Brasil . Ele é considerado foragido pela Polícia Federal. Em uma carta divulgada à imprensa por sua família, Pizzolato diz que decidiu buscar um novo julgamento na Itália. Ele foi condenado por ter autorizado repasses de dinheiro público do Banco do Brasil em favor das empresas do publicitário Marcos Valério, apontado como operador do esquema de compra de votos no Congresso Nacional.
Brasil leilão os aeroportos Galeão e Confins por preço recorde
Os aeroportos brasileiros Galeão e Confins foram leiloados em outubro trazendo aos cofres públicos R$20.8 bilhões com a venda. Essa foi a terceira rodada de concessões de aeroportos brasileiros. O valor final representou um ágio de 251,74% em relação ao mínimo fixado pelo governo, de R$ 5,9 bilhões pelos dois. Para o Galeão, o lance mínimo era de R$ 4,828 bilhões. Para Confins, R$ 1,096 bilhão. O aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, foi arrematado por R$ 19 bilhões (ágio de 293,91%) pelo consórcio Aeroportos do Futuro, formado pela construtora Odebrecht, que detém o controle acionário com 60%, e pelo operador Excelente B.V., com participação de 40%. Já o aeroporto de Confins, em Minas Gerais, foi arrematado por R$ 1,82 bilhão (ágio de 66%) pelo consórcio AeroBrasil, formado pela Companhia de Participações em Concessões CPC, que é controlada pela CCR (75%), Zurich Airport International AG (24%) e Munich Airport International Beteiligungs GMBH (1%).
Condenados do Mensalão começam a cumprir penas
O deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), condenado a sete anos e dez meses, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e Bispo Rodrigues, ex-deputado federal do PL (atual PR), condenado a seis anos e três meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, se entregaram na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal. Além deles, estão cumprindo pena também os petistas Zé Dirceu, José Genoíno (que cumpre pena domiciliar por causa de problemas médicos) e Delúbio Soares, o tesoureiro do PT.
Exército derrubou Mohamed Morsi no Egito
Palco de uma mudança política desencadeada por uma revolta popular que resultou na renúncia, em 2011, do então presidente Hosni Mubarak, na época havia 30 anos no poder, o Egito enfrentou, dois anos depois, novas manifestações populares que terminaram com a derrubada do presidente Mohamed Morsi, em 3 de julho, em um golpe militar.
Eleito democraticamente em 2012, Morsi se tornou impopular após suas ações contra o Exército, seu acúmulo de poderes, seu autoritarismo e pela influência política da Irmandade Muçulmana no país.
Novos protestos da oposição e da população se espalharam e avolumaram pelo país, acirrando as divisões internas e culminando com forças liberais nas ruas exigindo sua renúncia e com um ultimato militar. O Exército exigiu que as “demandas do povo fossem atendidas”, para a alegria dos opositores que reivindicavam a saída de Morsi.
O presidente deposto e alguns aliados foram presos, a instabilidade prosseguiu, e confrontos entre militantes islâmicos e forças de segurança deixaram mortos e feridos em vários pontos do país ao longo dos meses seguintes.
Morre o líder da África do Sul, Nelson Mandela
O líder sul-africano Nelson Mandela, de 95 anos, morreu na noite de 5 de dezembro em sua casa ao lado da família. O anúncio oficial foi feito pelo presidente sul-africano, Jacob Zuma em cadeira nacional. Uma multidão de admiradores e jornalistas rapidamente se aglomeraram em frente a casa do ex-líder. “Meus amigos sul-africanos, nosso amado Nelson Rolihlahla Mandela, o presidente fundador da nossa nação democrática, foi embora. Ele está descansando. Ele está em paz. Nossa nação perdeu seu maior filho. Nosso povo perdeu um pai”, resumiu o presidente Zuma.
Mandela lutava há muitos anos contra doenças decorrentes do período em que permaneceu preso por conta de sua luta contra o Apartheid, regime segregacionista que imperou durante décadas no seu país. Ele passou 27 anos preso para depois se eleger presidente da África do Sul, de 1994 a 1999.
“Personalidade maior do século XX, Mandela conduziu com paixão e inteligência um dos mais importantes processos de emancipação do ser humano da história contemporânea – o fim do apartheid na África do Sul”, afirmou Dilma Rousseff. “Com sua valente dignidade e sua incansável disposição para sacrificar sua própria liberdade pela liberdade dos outros, Mandela transformou a África do Sul e comoveu a todos”, resumiu o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. “Uma grande chama se apagou no mundo”, resumiu o premiê do Reino Unido, David. Cameron.
Papa Francisco é mais popular do que Bento XVI
Mais de 2 milhões de pessoas foram às audiências abertas do Papa Francisco na Praça São Pedro desde sua eleição em março, um número quatro vezes maior do que o Papa Bento XVI atraiu em todo o ano de 2012. O Vaticano informou no fim do ano ter vendido 1.548.500 ingressos para as 30 audiências gerais para o público em geral que o pontífice realizou desde sua eleição em 13 de março, quando se tornou o primeiro papa não europeu em 1.300 anos.Mas o Vaticano acrescentou que o número real é “muito maior” porque não são necessários ingressos para ficar na parte detrás da praça e nas ruas do entorno, onde se aglomera um grande número de pessoas.
Essa área, que abriga pelo menos 20 mil pessoas, costuma ficar lotada durante as audiências de Francisco.
O Papa Francisco, que no mês de dezembro foi escolhido pela revista Time como a Personalidade do Ano, tem atraído muita gente para o Vaticano por causa de seu estilo aberto, simples e amistoso. Ele fez muito sucesso entre os fiéis em sua primeira viagem internacional como papa, realizada em julho, no Rio de Janeiro, onde participou da Jornada Mundial da Juventude.