Diego Armando Maradona morreu nesta quarta-feira (25), aos 60 anos, após uma parada cardiorrespiratória. Um dos grandes nomes da história do esporte e maior ídolo do futebol argentino, o astro sofreu o mal súbito no fim da manhã, quando ambulâncias foram chamadas à sua casa, onde se recuperava de uma cirurgia no cérebro. O ex-jogador, porém, não resistiu, tendo sua morte confirmada pela imprensa argentina e pela TV pública do país no começo da tarde.
Esse pequeno obituário publicado no site ge.com resume de maneira fria a morte de Maradona. Mas somente quem viu suas exibições é capaz de se entristecer ao lembrar as jogadas geniais protagonizadas por este irreverente craque que subvertia as regras do jogo de maneira lúdica, ao mesmo tempo em que divertia sues fãs e enlouquecia seus adversários.
Como amante do futebol, ainda guardo na memória alguns lances que somente alguém genial seria capaz de executar. Lembro-me de uma bola lançada para a ponta direita na final contra a Alemanha em 1986 que encontra Maradona e um marcador. Como era um ás com a perna esquerda e ineficaz com a perna direita, realizou uma jogada que apenas um gênio poderia fazer. Em vez de parar e enfrentar o marcador, ele simplesmente levantou a bola de chaleira usando seu pé esquerdo e colocou a bola na cabeça de Burruchaga que apenas teve o trabalho de cabecear para o gol sem chance para o goleiro, decretando a vitória e o título para a seleção argentina.
Não é à toa que ele é idolatrado pelos argentinos. Afinal, como esquecer aquela atuação memorável na Copa do Mundo diante da Inglaterra – que ainda mantinha as cinzas da indigitada Guerra das Malvinas – realizada no México em 1986. Aos 5 minutos do segundo tempo, o baixinho saltou com o goloeiro inglêse e com a mão desviou a bola para o fundo das redes da meta inglesa, sob protestos dos adversários. Hoje isto seria impossível porque a intervenção do VAR denunciaria a malandragem de Maradona.
Porém, dez minutos depois, foi responsável por um dos lances mais emblemáticos em todas Copas do Mundo. Ele percorreu 55 metros com a bola colada em seu pé esquerdo deixando para trás meio time da seleção inglesa para completar para as redes do goleiro Peter Shilton fazendo com que os torcedores presentes no Estádio Azteca se levantassem para aplaudir um dos maiores gênios que o futebol já produziu. E batizou o gol como “La Mano de Dios”, solidarizando-se com o povo argentino, derrotado na Guerra das Malvinas pelos ingleses alguns anos antes.
Com Maradona extrapolando, ninguém se se surpreendeu quando a Argentina conquistou seu segundo título mundial na final contra a Alemanha. Ele não anotou nenhum gol, mas foi o autor do citado gol de Burruchaga que garantiu o 3 a 2 dos portenhos sobre os alemães. O árbitro foi o brasileiro Romualdo Arpi Filho, que deu um cartão amarelo para Maradona, sem nenhuma razão aparente. Perguntado sobre o episódio, Arpi Filho brincou: “Eu não perderia a oportunidade de dar um cartão amarelo ao maior jogador do mundo naquela época”.
Ele não brilhou apenas na seleção albiceleste. Foi ídolo do Argentino Juniors, onde começou e do Boca Juniors, time de maior torcida do país. Nada, porém, se compara à idolatria obtida em Nápoles, pois ele foi o grande craque do Napoles, time do sul da Itália, que conquistou o bicampeonato com um ataque formado por Maradona, secundado pelo brasileiro Careca e pelo italiano Bruno Giordano. Como acompanhava o Campeonato Italiano pela TV Bandeirantes, nunca deixava de assistir às partidas do Napoli para vibrar com aquele time.
Na Copa do Mundo de 1990 na Alemanha, ele aprontou mais uma ao ser autor do passe que deixou Cannigia cara a cara com Taffarel e eliminou o Brasil da competição. Entretanto, na Copa do Mundo disputada nos EUA em 1994, ocorreu o início da decadência do ídolo ao ser pego no doping com efedrina. Maradona chorou, jurou inocência, mas sua exclusão foi inevitável.
Infelizmente, constatou-se que ele havia se tornado viciado em cocaína, depois passou a consumir álcool em excesso e suas escolhas pessoais se refletiram no corpo e acabaram provocando a parada cardiorrespiratória que levou o craque para o outro mundo.
Mas, como fão do futebol, prefiro rememorar as grandes jogadas do gênio que transformou a bola em sua companheira e não apenas em um instrumento de trabalho.
Brasileiros estreiam bem nas oitavas de final da Libertadores
Os três clubes brasileiros que disputaram os jogos de ida das oitavas de final da Copa Libertadores da América na terça-feira (24) começaram bem. Santos, Flamengo e Athletico Paranaense apresentaram bom futebol e deram esperança aos seus torcedores de passar às quartas de final da principal competição subcontinental da América do Sul.
Dos três, o que se deu melhor foi sem dúvida o Alvinegro praiano. O Santos superou os desfalques, a altitude de Quito e a LDU para ficar mais perto de uma vaga nas quartas de final da Copa Libertadores. Com gols de Soteldo e Marinho, o Peixe venceu o time equatoriano por 2 a 1, no Estádio Casa Blanca, e deu passo importante para avançar no torneio – Julio descontou para a LDU. Sem o técnico Cuca, o auxiliar Cuquinha e mais cinco jogadores ainda afetados pelo surto de Covid-19, o Peixe se desdobrou para conseguir encarar os 2.850m de altitude da capital do Equador, correr o máximo possível e buscar a vitória com seus dois principais jogadores. Além deles, o goleiro John se destacou.
O duelo de volta das oitavas é na próxima terça-feira, na Vila Belmiro. O Santos só precisa do empate para se classificar e pode até perder por 1 a 0, por causa do critério de gols marcados fora de casa. A LDU tem de vencer por dois ou mais gols de diferença, ou por um gol de diferença em placares acima de 3 a 2. Vitória dos equatorianos por 2 a 1 leva a decisão para os pênaltis.
Antes do jogo de volta contra a LDU, na Vila Belmiro, o Santos tem compromisso pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro no próximo sábado (28): enfrenta o Sport, também na Vila.
Flamengo traz bom resultado da Argentina
O Flamengo conseguiu um empate no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores, contra o Racing, na Argentina. Gabigol, de volta ao time após lesão, garantiu o 1 a 1 para a equipe rubro-negra, que teve Thuler expulso no fim do jogo e precisou segurar a pressão do rival no últimos minutos.
Após 10 dias fora da equipe devido a uma lesão na coxa, Gabigol voltou a entrar em campo. O retorno foi com gol, em bela jogada construída por Bruno Henrique, dois minutos depois de Fértoli abrir o placar para o Racing. O camisa 9 tornou-se o segundo maior artilheiro do Flamengo na história da Libertadores, com 11 gols, atrás apenas de Zico. No segundo tempo foi substituído, mas a mudança já estava prevista, segundo o clube.
O zagueiro Thuler do Flamengo recebeu o cartão vermelho após revisão de lance pelo VAR, devido a um carrinho perigoso. Depois da expulsão, o time rubro-negro, que vinha melhor no jogo e construía boas chances, precisou recuar. O Racing ficou mais com a bola, mas não conseguiu levar perigo real ao gol de Diego Alves.
Flamengo e Racing se enfrentam novamente na próxima terça-feira (1), no Maracanã. O time brasileiro se classifica em caso de vitória ou empate sem gols. Os argentinos avançam com um triunfo simples ou empate por dois gols ou mais.
Furacão sofre empate no fim, mas mostra determinação
O Athletico empatou com o River Plate pelo primeiro jogo das oitavas de final da Libertadores. A partida na Arena da Baixada foi um exemplo de estratégia atleticana, que entendeu que não poderia ser superior em campo, sobretudo com oito desfalques por Covid-19 na véspera do jogo. Autuori ensinou bem o “saber sofrer” durante o primeiro tempo, com a pressão do River Plate, mas que tinha pouco efetividade na hora da finalização, principalmente pela excelente atuação da defesa do Furacão. O segundo tempo foi a hora do bote. As mudanças no intervalo funcionaram, quando Bissoli recebeu na entrada da área, girou e chutou para o gol. Só que aquilo que parecia o momento de calmaria se tornou em pura emoção: Reinaldo tomou o segundo cartão amarelo e foi expulso. O Athletico com um a menos em campo, mas com Thiago Heleno jogando por toda a defesa, e o River Plate tentando por todos os lados, Gallardo empilhando atacantes até que o empate veio, com Paulo Diaz, já aos 45 minutos de jogo, mas que não tirou o brilho e a superação atleticana.
O jogo de volta será na terça que vem, no Estádio Libertadores da América, casa do Independiente, em Avellaneda. O gol fora é critério de desempate. Com isso, 0 a 0 dá River. Empate por dois ou mais gols (2 a 2, 3 a 3…) dá Athletico. E 1 a 1 leva para os pênaltis. E quem vencer, claro, avança.
Antes, porém, o Athletico jogará no sábado (28) contra o Palmeiras no Allianz Parque em São Paulo pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Cruzeiro quebra invencibilidade da Chapecoense
O Cruzeiro venceu a Chapecoense por 1 a 0, na noite de terça-feira (24), na Arena Condá, pela 23ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, chegou ao nono jogo invicto na Segundona e deu fim à sequência do Verdão do Oeste, que não perdia há 19 partidas na temporada. Rafael Sobis, em cobrança de falta, venceu o goleiro João Ricardo e decretou o placar final em Chapecó.
Com o resultado, a Chapecoense se mantém na liderança com 47 pontos, mas vê a vantagem para o América-MG, segundo colocado, diminuir para quatro pontos. O Cruzeiro fica se mantém na 15ª posição, mas vai aos 28 pontos, a oito da zona de rebaixamento.
O Cruzeiro volta a campo na sexta-feira contra o Confiança, no Mineirão, pela 24ª rodada da Série B. A Chapecoense joga no dia seguinte, no sábado, contra o Guarani, no Brinco de Ouro.