DA REDAÇÃO – A Flórida recebeu 15,2 milhões de turistas de 190 países em 2015 que gastaram $15,8 bilhões, segundo a organização público-privada Visit Florida. A pesquisa divulgada na terça-feira (22) mostra que o número de turistas brasileiros visitando o Sunshine State em 2015 caiu de 1,64 milhão para 1,47 milhão, com relação a 2015. Os brasileiros gastaram 25% a menos do que em 2014, mesmo assim, deixaram $1,7 bilhão no Estado, perdendo apenas para os canadenses quando o assunto é o gasto do turista estrangeiro.
O Canadá também ocupa o primeiro lugar no ranking de países que mais enviaram visitantes à Flórida, foram 3.9 milhões de visitantes canadenses que gastaram $4,1 bilhões. Em seguida, veio o Reino Unido, seguido pelo Brasil, Argentina e Colômbia (veja tabela).
A Europa é o continente que mais visitou a Flórida, com 4,1 milhões de turistas, 27% do total do ano passado. A América do Sul enviou 3,8 milhões de visitantes para cá, somando-se ao Canadá que foram as regiões que mais enviaram turistas para o Estado, num total de 78% do ranking geral.
Os visitantes da América do Sul foram os que mais gastaram dinheiro: $4.4 bilhões, 28% do total de gastos internacionais no Sunshine State.
Os gastos de brasileiros no exterior somaram $841 milhões em fevereiro deste ano, informou o Banco Central na quarta-feira (24). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando somaram $1,49 bilhão, a queda nos gastos foi de 43,5%.
Segundo a instituição, também foi o menor valor para meses de fevereiro, desde 2009, ou seja, em sete anos. A queda de despesas no exterior acontece em um momento de dólar relativamente alto, frente aos últimos anos, e também à recessão da economia brasileira. A moeda americana mais alta encarece passagens e hotéis, além dos produtos comprados.
A empresária Sandra Prieto que recebe por ano cinco mil turistas brasileiros com seu “Guia Miami” afirma que o brasileiro, mesmo que em menor número, continua vindo, mas o perfil mudou. Em vez de as pessoas virem na ânsia para comprar, elas mudaram o foco. E também tem as pessoas que têm apartamento em Miami e continuam vindo. “O brasileiro que vinha só para comprar e até revender produtos é mais difícil de se ver atualmente.
Aquele turista ávido por compras, que passava o dia inteiro no shopping e saía abarrotado de sacolas, agora prefere conhecer melhor a cidade, ir à praia, passear de barco, visitar museus. Ele continua vindo, mas como seu poder de compra está menor, ele prefere fazer turismo”, explica Sandra. Mas, segundo a empresária, a crise não existe para ao endinheirados que continuam vindo e se esbaldando na Magic City.
A brasileira Pamela Ribeiro trabalha como garçonete em uma churrascaria em Downtown Miami. Ela explica o que tem sentido nos últimos tempos, “Comparando o turista brasileiro do ano passado com o atual, sabendo que somos um povo que gosta de comer com fartura e beber sem muita moderação, essa cena foi rara em 2015. A impressão é de que o responsável pelos custos da viagem deu instruções, provavelmente antes de sentarem-se a mesa, de só beberem água e “sobremesa não, obrigado”, disse.