O Brasil registrou uma queda de 88,3% no número de refugiados em 2021, em comparação com o ano anterior, segundo dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare).
Em 2020, 26.577 chegaram ao Brasil e em 2021, apenas 3.093 refugiados. No final de 2020, o Brasil tinha 54.004 refugiados de 77 nacionalidades, com a Venezuela em primeiro lugar, representando 90,82% dos casos totais.
O número elevado em 2020 ocorreu em razão do fluxo de imigrantes da Venezuela, durante a grave e generalizada crise humanitária, reconhecida pelo Conare. Já a Síria ocupa o segundo lugar com 3,91% e a República Democrática do Congo, o terceiro, com 1,22%.
Segundo a cofundadora do Instituto Migração Gênero e Raça (I-MiGRA), Sávia Cordeiro, a diminuição dos refugiados no país aconteceu por conta do fechamento das fronteiras durante a pandemia.
“A redução no número de refugiados se deu basicamente devido ao fechamento de fronteira. O que afetou a entrada de migrantes, incluindo solicitantes de refúgio. Mesmo com a abertura da fronteira aérea, a terrestre ficou fechada por muito tempo. Isso dificultou a entrada das pessoas em situação de vulnerabilidade, entre elas, solicitantes de refúgio, principalmente na fronteira Norte. Mesmo quando houve a reabertura da fronteira, houve dificuldade em 2021 para a regularização de documentação.”, afirma.
Os estados com maior número de refugiados, em 2021, eram Roraima (1.445), Amazonas (588) e Rio de Janeiro (368) e São Paulo (251). Já em 2020, Roraima (18.896), Distrito Federal (3.331), Amazonas (2.282) e São Paulo (1.067). (Com informações da CNN Brasil)