O número de mortos após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho na sexta-feira (28) subiu para 60, segundo informações divulgadas pela Defesa Civil de Minas Gerais. De acordo com o porta-voz do órgão, tenente-coronel Flávio Godinho, 382 pessoas foram localizadas, e 191 foram resgatadas e 292 permanecem desaparecidas. Dos 60 mortos, 19 foram identificados até o momento. Há ainda 135 pessoas desabrigadas. As informações são da Agência Brasil.
Durante coletiva de imprensa, o porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara, lembrou que o tipo de atuação realizada pelas equipes de busca e resgate é bastante delicada, já que envolve milhões de metros cúbicos de rejeito. A previsão, segundo ele, é que os homens permaneçam no local por semanas. As chances de encontrar sobreviventes, entretanto, são consideradas baixas.
“As chances são muito pequenas considerando o tipo de tragédia, que envolve lama”, disse, ao explicar que os rejeitos dificilmente permitem a formação de bolsões de ar. “É uma operação de guerra, que demanda esforços e compreensão de todas as partes”, concluiu.
Militares de Israel chegam para auxiliar nas buscas
Militares de Israel chegaram a rumadinho, na manhã desta segunda-feira (28), para auxiliar nas buscas por pessoas desaparecidas após o desastre da barragem da Vale. Equipamentos que detectam sinais de aparelhos celulares e sonares serão utilizados. A expectativa das autoridades brasileiras é que, com o apoio israelense, a chance de encontrar vítimas seja ampliada.
A atuação dos 136 militares de Israel deve se concentrar na área mais próxima da barragem Mina do Feijão, em Brumadinho. Quem confirmou a informação foi o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, Tenente Pedro Aihara.
O coronel Golan Vach, que coordena a tropa israelense, chegou à cidade acompanhado do embaixador de Israel, Yossi Cheli, e do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Ele disse que o primeiro esforço dos militares é encontrar pessoas vivas. Segundo ele, os primeiros integrantes da delegação acabaram de chegar à região do rio Paraopeba.
O equipamento trazido para a cidade consegue detectar o sinal de dispositivos eletrônicos que ainda estejam ligados até uma profundidade cerca quatro metros de profundidade. Entretanto, em alguns pontos, a lama atingiu cerca de 15 metros.
Os equipamentos trazidos por Israel já vieram em condição de pronto emprego e adaptação para uso já está sendo feita, inclusive com a ajuda de militares que estão em Israel.
“A gente tem tanto equipamento tanto em relação a sonares, por isso eles [israelenses] já solicitaram amostras em relação ao tipo de composição da lama, para ver se eles conseguem detectar pela sensibilidade desses sonares a diferença entre o material de lama e o material de um corpo humano e também equipamentos relacionados à identificação de sinal de celular. Então, se existe algum sinal de celular emitindo, naquela profundidade da lama, aqueles equipamentos são capazes de detectar esse tipo de sinal”, explicou o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara.
Cento e trinta e seis soldados israelenses vão atuar nas buscas. O trabalho dos israelenses será coordenado com os militares brasileiros e vai se concentrar, principalmente, próximo à área administrativa da Vale, onde ficava o refeitório.
Depois da área conhecida por pontilhão, o trabalho continuará sendo feito pelos 280 bombeiros militares. Segundo o porta-voz dos bombeiros, a divisão da área é para otimizar os trabalhos.
O tempo que a tropa de Israel permanecerá em Brumadinho ainda não foi definido. De acordo com Aihara, as buscas devem prosseguir pelas próximas semanas. (Com informações do G1).