DA REDAÇÃO – Um balanço divulgado nesta quinta-feira (7) mostra que subiu para 292 o número de mortos no ataque do Estado Islâmico a um bairro de maioria xiita de Bagdá, no domingo (3). O atentado é um dos mais graves da história do país, segundo a France Presse.
O ataque deixou quase 200 feridos, informou a ministra da saúde, Adila Hammoud. Até o momento foram identificados e entregues às famílias 115 corpos. As autoridades trabalham para identificar os outros 177 corpos.
O suicida detonou um caminhão frigorífico que trafegava no meio de uma multidão reunida perto da sorveteria Yabar Abu al Sharbat, em Al Karrada.
A sorveteria, que é a mais popular e antiga de Bagdá, estava movimentada à 1h porque os iraquianos costumam comer fora de casa durante o mês do Ramadã, já que passam o dia jejuando.
A explosão também provocou danos importantes. Vários imóveis e lojas foram arrasados pelas chamas, em incêndios que continuavam ativos 12 horas após o atentado.
O ataque foi registrado uma semana após o EI ter perdido a cidade de Falujah para as tropas governamentais iraquianas, apoiadas pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
O atentado demonstra que, apesar das derrotas sofridas no Iraque e na Síria, o EI mantém sua capacidade operacional e é capaz de atacar longe de suas bases.
A única cidade principal que ainda está sob seu controle é Mossul (norte), segunda em importância no país. As tropas iraquianas lançaram várias ofensivas para recuperá-la.
O último ataque de grande porte do EI em Bagdá havia ocorrido em 17 de maio. Foi um duplo atentado que deixou 50 mortos e mais de 100 feridos.
O de domingo voltou a colocar em evidência o governo iraquiano e sua incapacidade para detectar e conter o grupo extremista. Muitos questionam a eficácia dos detectores de explosivos e dos controles para entrar na capital, considerando que não são suficientes.