Cinco pessoas a mais que o número de vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001.
Um anúncio nesta terça-feira de que mais seis soldados norte-americanos morreram no Iraque elevou o número de baixas dos Estados Unidos no país para ao menos 2.978 –
Na terça-feira, bombas mataram mais de 20 pessoas em Bagdá.
Em dezembro, até agora, pelo menos 89 militares norte-americanos morreram no Iraque, fazendo deste o mês mais violento para os EUA desde outubro, que registrou 106 baixas para o país.
A cifra também aumenta a pressão sobre o presidente norte-americano, George W. Bush, para que ele encontre uma forma de retirar seus 135 mil soldados do território iraquiano.
Dezenas de milhares de iraquianos morreram desde a invasão de 2003, que tirou o ditador Saddam Hussein do poder e que, segundo Bush, seria parte da “guerra contra o terror” declarada depois dos ataques de 2001 contra Nova York, Washington e a Pensilvânia.
Autoridades norte-americanas disseram que 2.973 pessoas morreram naqueles ataques.
Os militares dos EUA anunciaram mais seis baixas na terça-feira.
Três soldados que participavam de uma patrulha encarregada de procurar bombas plantadas ao lado de vias de tráfego a noroeste de Bagdá foram mortos na terça-feira.
Outros dois militares morreram quando um explosivo do tipo foi detonado a sudoeste de Bagdá, na segunda-feira. Um sexto perdeu a vida em um outro ataque, na mesma área, também na segunda-feira.
Enfraquecido pela derrota do Partido Republicano (governista) nas eleições legislativas de novembro, cujo resultado deveu-se em parte à situação atual da guerra no Iraque, Bush disse que anunciará em janeiro, depois de falar com comandantes das Forças Armadas e autoridades do Departamento de Defesa, uma nova estratégia.
Mais de três anos após a invasão lançada, segundo o presidente, para acabar com a ameaça representada por Saddam, o Iraque vê-se tomado pelos conflitos entre os xiitas, majoritários, e os sunitas, minoria que antes dominava o país.
As acusações de que o governo iraquiano possuiria armas químicas e biológicas foram a principal justificativa usada por Bush para a guerra. Mas tais armas nunca foram encontradas. E tampouco pôde ser estabelecida qualquer ligação entre Saddam e a Al Qaeda, o grupo acusado de ter realizado os ataques de 11 de setembro.
No ataque mais violento de terça-feira, em Bagdá, três carros-bomba explodiram simultaneamente no cruzamento movimentado de um bairro xiita do sudoeste da capital, matando 16 pessoas e deixando várias outras feridas, disseram membros do Ministério do Interior e da polícia.
Imagens de TV mostravam equipes de resgate retirando corpos queimados de dentro de destroços espalhados pelo bairro de Bayaa, onde os carros-bomba foram detonados.
Colunas de fumaça subiam de veículos incendiados. Laranjas e bananas vendidas em barracas ficaram espalhadas pela rua em meio a destroços e poças de sangue.
“Há apenas passageiros e comerciantes aqui. É essa a jihad que eles estão lutando?”, perguntou uma testemunha.
Em um outro atentado, uma bomba plantada perto do mercado de al-Sharji matou cinco pessoas e feriu 15. Três bombas colocadas em ruas do bairro de Sheikh Omar explodiram uma depois da outra, matando um tenente coronel da polícia e deixando nove pessoas feridas, disse um membro do Ministério do Interior.
Grupos insurgentes compostos por árabes sunitas, entre os quais a Al Qaeda, já realizaram vários ataques contra mercados e outros alvos civis em bairros xiitas e em áreas ocupadas por populações mistas. Os xiitas, por sua vez, respondem atacando os sunitas, e aprofundando o conflito interno.
Apesar de ataques como o atentado realizado com três carros-bomba em Bayaa chamarem mais a atenção, um relatório recente do Pentágono disse que as milícias xiitas eram a maior ameaça atual do Iraque.
Um total de 40 corpos — todos com marcas de tiro e a maior parte deles apresentando sinais de tortura — foram encontrados na segunda-feira, em diferentes partes de Bagdá. Essas pessoas seriam vítimas de assassinatos ocorridos em meio ao conflito sectário.