Cinema/TV

Número de cinemas no Brasil bate recorde histórico

Fatos mostram que serviços de streaming e problemas no país não estão matando a Sétima Arte

Vista Lateral do Cinemark Midway Mall de Natal, RN (Foto: Wikipedia)
Vista Lateral do Cinemark Midway Mall de Natal, RN (Foto: Wikipedia)

Muito se diz que os serviços de streaming (leia-se Netflix, Amazon Prime Video, Hulu etc.) estão matando os cinemas – mas não é verdade, pelo menos no Brasil, mesmo com todas as dificuldades financeiras, sociais e políticas. E há pelo menos dois fortes motivos para acreditar que a Sétima Arte continua forte. O principal deles é que o país bateu um recorde histórico no número de salas de projeção espalhadas pelo país: são atualmente 3.505 cinemas, sendo 174 deles abertos só no ano passado.

No auge das pornochanchadas, nos anos 70, o Brasil tinha cerca de 3,3 mil salas. O número foi diminuindo nas décadas seguintes, com as adaptações da própria indústria no Brasil (cinemas saindo das ruas para dentro dos shoppings) e devido à crise econômica. E, depois de um ano em que a cultura ficou em xeque, esperava-se um resultado bem diferente do que foi divulgado esta semana pelo portal Filme B, especializado em dados do setor audiovisual.

O levantamento mostrou também que, de 2017 a 2019, 434 novas salas entraram em operação, a maior parte delas no interior. Na verdade, este mercado vem crescendo desde 2012, mas só agora ultrapassou a marca da chamada época de ouro do cinema brasileiro. Mesmo assim, o Brasil ainda é um dos países com maior deficiência de salas por habitante – uma sala para cada 62 mil habitantes. Para se ter uma noção do que este número representa, basta dizer que nos Estados Unidos esta proporção é de uma tela para cada 8 mil pessoas.

Um outro dado que serve de alento para os amantes da Sétima Arte – não só no Brasil, mas em todo o mundo – é que a ideia de que as pessoas têm trocado os passeios ao cinema pelo sofá de casa não procede. Um estudo feito pelo grupo EY’s Quantitative Economics and Statistics mostrou que o público que paga o ingresso nas salas de projeção é o mesmo que consome frequentemente conteúdo de streaming. E tem mais: não houve a esperada queda da arrecadação dos cinemas com a ascensão destes serviços.

A pesquisa foi feita com cerca de 2.500 pessoas e mostrou que, de fato, as duas formas de consumo de entretenimento são complementares – e não concorrentes. 

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