DA REDAÇÃO (com O Globo) – O presidente eleito da Argentina, Maurício Macri, falou na manhã de segunda-feira (23) em sua primeira coletiva, que irá buscar a suspensão da Venezuela do Mercosul devido a acusações de abusos de direitos e perseguições a políticos da oposição por parte do governo de Nicolás Maduro. Mesmo evitando antecipar as medidas econômicas que serão adotadas por seu governo ao assumir no próximo dia 10 de dezembro, ele anunciou que a pasta terá uma equipe de seis ministros. Ele também deu algumas diretrizes sobre suas primeiras iniciativas em outras áreas, entre elas políticas externas, combate à insegurança, formação do gabinete e relação entre governo e meios de comunicação.
Macri assegurou que essa iniciativa será apresentada por seu governo na próxima cúpula do bloco, prevista para o dia 21 de dezembro no Paraguai. O presidente eleito disse já ter conversado por telefone com o chefe de Estado do Chile, Michelle Bachelet, e do Uruguai, Tabaré Vázquez e também irá conversar com a presidente Dilma Rousseff.
A eleição de Macri, líder de uma frente de centro-direita opositora do atual governo de Cristina Kirchner, interrompe 12 anos de kirchnerismo no poder. Esta é a primeira vez um líder da direita liberal chega ao poder pelas urnas em eleições livres, sem o apoio de uma ditadura, fraudes ou candidatos proscritos.
Também em matéria de relações internacionais, Macri se dispôs a rever o memorando de entendimento com o Irã e a promover uma aproximação do Mercosul com o bloco Aliança Pacífico, formado por Chile, Colômbia, México e Peru.
Em um clima de forte expectativa e preocupação pela situação econômica, principalmente sobre o mercado cambial e prováveis medidas para normalizar as operações com a moeda americana, Macri assegurou que, antes de fazer anúncios sobre esse tema, quer ver “qual será a herança, os verdadeiros números da economia”.
O novo chefe de Estado se mostrou satisfeito com o convite da presidente Cristina Kirchner de reunir-se na residência oficial de Olivos para discutir a transição política. Perguntado sobre as denúncias de corrupção que envolvem funcionários kirchneristas, entre eles a própria presidente, Macri deixou claro “que a impunidade deve acabar”.