Pelo menos nove palestinos, incluindo uma idosa de 60 anos, morreram nesta quinta-feira (26) durante uma operação do Exército de Israel no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, segundo divulgou o Ministério da Saúde palestino. Dezesseis pessoas ficaram feridas, incluindo crianças que estavam internadas em um hospital local, declararam as autoridades. Esse foi o ataque com maior número de mortos em um só dia em conflitos entre israelenses e palestinos dos últimos anos.
A operação do Exército israelense ocorreu dentro de um campo de refugiados em território conquistado por Israel da Jordânia na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Tel Aviv alegou que o conflito ocorreu durante um mandado de prisão a um homem acusado de ter ligações com a Jihad islâmica – grupo armado que prega a destruição do Estado judeu. Segundo meios de comunicação israelenses, as tropas militares foram atacadas durante a operação.
A ministra da Saúde palestina, Mai Al Kaila, afirmou que, ao fim da busca pelo suspeito, militares israelenses “jogaram deliberadamente granadas de gás lacrimogêneo” na ala pediátrica de um hospital de Jenin, “o que provocou a asfixia de algumas crianças”. Israel rejeitou as acusações, mas afirma que a operação ocorreu não muito longe do hospital e “é possível que o gás lacrimogêneo tenha entrado por uma janela aberta”, alegou um porta-voz do Exército à agência de notícias AFP.
O campo de refugiados de Jenin, criado em 1953, abriga cerca de 20 mil palestinos, segundo a UNRWA, agência da ONU encarregada pelo território palestino. Em maio de 2021, a jornalista palestina-americana Shireen Abu Akleh, da rede de TV Al Jazeera, foi morta enquanto cobria um ataque israelense ao local.
Só em 2023, 29 palestinos morreram durante confrontos com as forças de Israel. No ano passado, foram mais de 200 mortos, um recorde. O ataque mais violento acontecido na região foi em 2006, contabilizando 170 palestinos mortos em Jenin.