Empresas têm reduzido suas projeções de lucro e alertado para o risco de aumento de preços devido às tarifas globais de importação impostas pelo presidente Donald Trump. Na Unilever e na Nestlé, a guerra comercial tem provocado alta nos preços das commodities, o que deve levar ambas a repassar o aumento de custos aos consumidores. As duas companhias também afirmaram que, desde a pandemia, vêm perdendo participação de mercado em razão da inflação.
Já a PepsiCo reduziu sua projeção de lucro para o ano, atribuída à política comercial dos EUA, que tem elevado os custos e impactado as vendas. Dona das marcas Gatorade, Lipton e Quaker, a empresa registrou queda de 1,8% nas vendas do primeiro trimestre, o que representa uma diminuição de $ 17,9 bilhões. Em comunicado divulgado na quinta-feira (25), anunciou que espera manter os lucros por ação em 2025 no mesmo nível de 2024 — contrariando a projeção anterior, que indicava crescimento de um dígito percentual.
A farmacêutica Merck, por sua vez, estima perdas de $ 200 milhões em 2025 em decorrência da guerra tarifária entre Estados Unidos e China. Essa projeção, no entanto, não considera a possível implementação da promessa de Trump de aplicar tarifas sobre importações farmacêuticas, o que geraria custos adicionais para a empresa.
Embora menos de um quinto das empresas do índice S&P 500 tenha divulgado seus resultados até terça-feira (22), mais de 90% mencionaram as tarifas de importação, segundo a FactSet. O termo “recessão” apareceu em 44% das conferências, contra menos de 3% no quarto trimestre de 2024.