O presidente Donald Trump anunciou na quarta-feira (2) novas taxas de importação. Todos os países estarão sujeitos a uma tarifa mínima de 10%, com percentuais mais altos para aqueles que o governo considera ter as piores barreiras comerciais. Analistas indicam que as novas regras refletirão nos preços praticados no mercado interno. Segundo estimativas da organização Tax Foundation, a família americana gastará cerca de $ 2.100 a mais por ano por causa das tarifas.
Entre os produtos que deverão ficar mais caros estão os eletrônicos, incluindo smartphones e monitores de computador. A China, junto com Vietnã e Taiwan – cujas tarifas de importação são 54%, 46% e 32%, respectivamente – são os três maiores fornecedores estrangeiros de laptops e tablets para os EUA, num total de $ 47,2 bilhões no ano passado. Além disso, a indústria americana depende dos semicondutores de Taiwan, o que trará reflexo nos custos de laptops, carros, eletrodomésticos, dispositivos médicos, roteadores Wi-Fi e lâmpadas LED.
O setor de vestuário também será afetado pela mudança nas tarifas. No ano passado, os Estados Unidos importaram $18,5 bilhões em calçados da China e Vietnã, representando quase 70% das importações desse tipo de produto. Além disso, outros grandes fornecedores de vestuário, como Bangladesh, Índia, Indonésia e Camboja, também estão foram atingidos por tarifas recíprocas que variam de 26% a 49%.
Outro segmento que será afetado é o dos brinquedos. Em 2024, os Estados Unidos importaram aproximadamente $15 bilhões em mercadorias chinesas e vietnamitas. A Toy Association estima que 77% de todos os brinquedos vendidos no país são fabricados somente na China. Como as margens de lucro desse produto tendem a ser bem estreitas, as empresas de brinquedos têm pouca capacidade de absorver os custos mais altos das tarifas. Estima-se que esses produtos chineses custarão aos consumidores pelo menos 30% a mais do que atualmente.
