O governador de Nova York, Andrew Cuomo, sancionou na segunda-feira, dia 8 de julho, o projeto de lei que autoriza a divulgação de parte das declarações de imposto de renda de contribuintes daquele estado a determinados comitês do Congresso Nacional, desde que amparada por um propósito legítimo e se a pessoa ocupar cargo oficial. A decisão abre caminho para que os democratas no Capitólio tenham acesso a informações financeiras do presidente dos EUA, Donald Trump, que até então se apoiava na lei anterior para manter estes detalhes distantes da opinião pública.
“Ao alterar a exceção da lei no código tributário, estamos fortalecendo nosso sistema democrático e garantindo que ninguém deve se colocar acima da lei”, afirmou o democrata Cuomo, após mais um round deste embate entre Trump e seus opositores. Recentemente, o Tesouro americano havia se recusado a repassar ao Congresso as declarações de impostos federais do presidente, conforme pedido da maioria democrata na Câmara dos Representantes.
A princípio, a lei tem efeito imediato, mas é certo que Trump e seus advogados tentarão tomar providências para questionar a constitucionalidade da medida. Jay Sekulow, conselheiro da Casa Branca, avisou que a resposta da Administração será dada na forma apropriada, antecipando o conflito que vem a seguir. “Trata-se de mais uma tentativa de perseguir o presidente, uma verdadeira caça às bruxas”, lamentou o republicano Nick Langworthy, líder do Partido em Nova York. O deputado democrata David Buchwald, no entanto, rebateu a acusação, dizendo que aqueles eleitos pelo voto têm uma responsabilidade ainda maior de serem transparentes e responsáveis.
De acordo com uma matéria publicada em maio pelo jornal New York Times com base nas declarações de renda de Trump entre 1985 e 1994, o então empresário e atual líder da nação teve um prejuízo superior a bilhão de dólares no período. A notícia caiu como uma bomba em Mar-a-Lago, especialmente para quem sempre se autoproclamou um excelente homem de negócios. A possibilidade de uma devassa ainda maior em suas finanças é, sem dúvida, mais uma dor de cabeça para o presidente.