A descoberta de uma nova e potencialmente mais transmissível variante do coronavírus na África do Sul preocupa autoridades de saúde. A variante B.1.1.529 já foi detectada em Botswana, Hong Kong e na Bélgica.
Diante desse cenário, Reino Unido, Israel e a União Europeia (UE) informaram que vão propor a ativação de um “freio de emergência” para interromper as viagens entre o bloco e a região afetada pela variante na África.
França, Croácia, Itália, Alemanha e outros países europeus se anteciparam às autoridades do bloco e já agiram para impor suas próprias barreiras a viajantes vindos da África do Sul, Lesoto, Botsuana, Zimbábue, Moçambique, Namíbia e Eswatini. O ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, afirmou que a medida proposta pela EU deve entrar em vigor em toda a região ainda na noite de hoje.
Na Ásia, autoridades de Cingapura, Japão e Hong Kong, onde dois casos da nova variante já foram descobertos, estão implementando novos controles fronteiriços para evitar a entrada de viajantes vindos da região onde a variante foi detectada inicialmente. Já a Índia recomendou que seus governos regionais adotem uma política de testagem rigorosa em pessoas que desembarcarem de voos com origem na África do Sul ou em outros países “sob risco”.
Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) estão reunidos nesta sexta-feira (26) para decidir se declaram a cepa como uma “variante de preocupação”. A entidade usa essa classificação para identificar mutações que são comprovadamente mais contagiosas, que provocam casos mais graves ou que diminuem a eficácia das medidas de saúde pública, dos testes, dos tratamentos e das vacinas.
Enquanto os cientistas ainda estão descobrindo os efeitos exatos causados pelas mais de 50 mutações identificadas na nova variante, ela tem causado um aumento acentuado nas infecções na África do Sul. A nova versão do vírus também foi identificada em Israel, que detectou a cepa em um viajante do Malaui e está investigando se ele infectou outras duas pessoas.
Dados do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul mostram como a nova cepa nas últimas duas semanas rapidamente eliminou a variante delta altamente transmissível. A mutação é agora responsável por cerca de 90% das infecções na província mais populosa do país, onde estão as cidades de Pretória e Joanesburgo. (Com informações da CNN e Valor Econômico).