Da Redação com Agências – Os candidatos à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton e Donald Trump, se enfrentaram diretamente pela última vez antes das eleições do dia em um terceiro debate na noite de quarta-feira (19). O encontro aconteceu na Universidade de Nevada, em Las Vegas, e teve mediação de Chris Wallace, âncora da emissora Fox News.
O tema imigração, é claro, foi um dos principais do debate e o candidato republicano reafirmou que vai deportar imigrantes ilegais caso seja eleito. “Vamos colocá-los para fora, aumentar a segurança nas fronteiras e, uma vez que as fronteiras estejam seguras, vamos cuidar dos ilegais que já estão aqui dentro. Nós temos alguns bad hombres aqui e vamos coloca-los para fora”, disse Trump.
Ao comentar a segurança nas fronteiras, Trump disse que sua rival é “a favor do muro” e que chegou a votar por sua construção em 2006. Hillary respondeu que votou por mais segurança nas fronteiras e que continua defendendo isso, mas nunca apoiaria um plano como o de Trump, de erguer um muro na fronteira com o México. A democrata voltou a dizer que não quer separar famílias e acusou Trump de ser um dos empregadores que exploram mão-de-obra de imigrantes ilegais.
O tom das acusações se elevou quando Trump acusou Clinton de querer “fronteiras abertas” e Hillary citou o presidente russo, Vladimir Putin, que já elogiou Trump. Ele respondeu que pessoas como Putin não querem alguém como ela na presidência e a democrata rebateu que eles preferem uma “marionete” na Casa Branca. Trump então se exaltou e passou a interromper a fala da oponente e não dar espaço ao moderador que tentava equilibrar o diálogo.
Hillary também acusou o governo russo de estar por trás do vazamento de e-mails do coordenador de sua campanha. Ela afirmou que 17 agências de inteligência concluíram que os ataques vieram do alto escalão russo e tinham como intenção influenciar as eleições nos EUA. Trump respondeu que não conhece Putin e que obviamente condena qualquer tentativa de interferência russa nas eleições. Ele então voltou a provocar a rival, dizendo que ela odeia Putin porque ele foi “mais esperto” do que ela.
Não se cumprimentaram
Assim como aconteceu no segundo debate, em 9 de outubro, os candidatos não se cumprimentaram ao serem anunciados.
O primeiro assunto da noite foi a Suprema Corte, já que o próximo presidente terá que indicar um substituto para o juiz Antonin Scalia, morto este ano. Hillary respondeu que espera que o Senado aprove a indicação feita por Obama, sugerindo que deve manter a sugestão de Merrick Garland para o cargo. “A Suprema Corte deve representar a todos nós”, disse, afirmando que, a esta altura da história, o país não pode voltar atrás na igualdade de gêneros, nos direitos LGBT e outros temas.
Trump respondeu que sua indicação será a de alguém “pró-vida” e que irá apoiar a Segunda Emenda (que garante o direito a ter armas) e interpretar a constituição do jeito que “ela foi feita para ser”.
A resposta deu início a uma discussão sobre o porte de armas, com Hillary reafirmando que não é contra esse direito, mas defendendo medidas mais severas de checagem. “Não vejo conflito em salvar as vidas das pessoas e defender a Segunda Emenda”.
“Vou decidir isso na hora”
Em uma das partes mais polêmicas da noite, ao ser questionado se irá aceitar o resultado da eleição, independentemente de qual seja, Trump disse que vai “olhar isso na hora”, não agora. Ele voltou a levantar suspeitas sobre o processo eleitoral, acusando a imprensa de desonestidade. “Não estou avaliando nada agora. Vou olhar na hora”, disse. Pressionado mais uma vez, afirmou: “O que estou dizendo agora é que vou dizer na hora. Vou mantê-los em suspense, ok?”
Hillary reagiu dizendo que esse é um padrão de Trump, que também já acusou o prêmio Emmy de ser fraudado quando seu reality show “The Apprentice” perdeu, e insinuou ainda que o FBI havia sido corrompido quando este deu um parecer que livrava a democrata de uma acusação no caso dos servidor de e-mails. Ela afirmou que o republicano está denegrindo a democracia dos EUA com esse discurso.
A 20 dias das eleições, que acontecem em 8 de novembro, Hillary lidera as pesquisas de intenções de votos.