A Netflix estreou este mês um documentário que acompanha o drama de oito famílias de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos. “Living Undocumented” (Vivendo sem Documentos) conta as dificuldades e problemas enfrentados por esses imigrantes, principalmente depois que mudanças na política imigratória implantadas pelo governo Trump trouxeram a ameaça constante de deportação para quem já se considera americano na alma. O castigo da deportação, muitas vezes, atinge até os que foram trazidos ainda crianças para cá, obrigados a partir para países que eles jamais conheceram, onde se fala uma língua que nunca aprenderam.
Os episódios acompanham a saga das famílias na tentativa de levar uma vida normal em um país que não os aceita legalmente. As cenas mostram pessoas se preparando para encontros com o Immigration and Customs Enforcement (ICE), a polícia imigratória, lidando com os desafios enfrentados pela sua condição, e o medo da ameaça mais grave em sua luta – a deportação.
É o caso, por exemplo, da família de Alejandra Juarez, que cruzou a fronteira entre o México e os Estados Unidos em 1998. Depois de 20 anos no País e duas filhas pequenas, agora ela está ameaçada de deportação, mesmo sendo casada com um ex-marine, Temo, que votou em Trump e agora tem a própria integridade familiar ameaçada pelas refomas conduzidas pelo governo. Temo concordou com a política imigratória proposta por Trump em campanha, mas não acreditava que ela afetaria sua família diretamente. Também há casos que começaram em governos anteriores, como o do israelense Ron, que lutou para estender sua permanência nos EUA e perdeu, três meses depois do 11 de Setembro.
A série tem como co-produtora executiva a cantora e atriz Selena Gomez, cuja família de imigrantes mexicanos passou por uma experiência relativamente comum para quem busca uma vida melhor nos Estados Unidos: a travessia ilegal da fronteira. Em entrevista para a revista Time no começo deste mês, Selena contou que uma tia atravessou a fronteira escondida na caçamba de uma caminhonete. A atriz disse ainda ao BuzzFeed News que participou do projeto “Em grande parte para servir como voz para tanta gente assustada demais para falar do assunto”