Três mulheres foram infectadas com HIV após se submeterem a um procedimento estético em uma clínica irregular em Albuquerque, New Mexico. Elas passaram pelo processo conhecido como “vampire facial”, técnica de microagulhamento que é feita após a retirada do próprio sangue do paciente para utilização do plasma, rico em plaquetas, e “devolvê-lo” para a pessoa com perfurações de agulhas.
Um alerta emitido pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) na quinta-feira (25), aponta que esta é a primeira vez que ocorre transmissão de HIV por meio deste tipo de procedimento estético. Os defensores afirmam que o “vampire facial” pode reduzir rugas e cicatrizes de acne, mas o comunicado do CDC mostra uma associação entre o procedimento e o risco de transmissão de HIV.
Os três casos mencionados pela agência reguladora foram notificados entre 2018 e 2023. “Esta investigação identificou um grupo de HIV associado à recepção de serviços de injeção cosmética numa instalação não licenciada que não seguiu os procedimentos recomendados de controle de infeção nem manteve registros de clientes”, informou o CDC.
A equipe que investiga o caso identificou 59 clientes em risco de exposição, incluindo 20 que passaram pelo procedimento de “vampire facial” e outras 39 que foram submetidas a serviços que envolvem a aplicação de injeções. As três mulheres infectadas pelo HIV possuíam cepas do vírus consideravelmente semelhantes e pertenciam a um grupo de cinco pessoas que estavam com a doença.
Uma inspeção na clínica clandestina revelou múltiplas práticas inseguras de controle de infecções. Uma centrífuga, um banho seco aquecido e um suporte de tubos sem rótulo contendo sangue foram encontrados no balcão da cozinha. Além disso, a inspeção localizou tubos não rotulados de sangue e injetáveis médicos na geladeira da cozinha em meio a alimentos.
Os investigadores ainda não sabem a fonte precisa da contaminação. O local, que não teve seu nome divulgado, foi fechado em 2018.