Antonio Tozzi Esportes

Mulheres brasileiras se destacam na Olimpíada de Paris

Os eflúvios da Olimpíada de Paris estão se esvaindo, com o destaque de outras competições esportivas tomando as atenções dos fãs dos torcedores. Nesta coluna, falaremos sobre elas.

Entretanto, ainda vale analisar a participação de nossos atletas nos mais recentes Jogos Olímpicos. E merece destaque, com certeza, a boa figura feita pelas nossas atletas do sexo feminino em comparação aos seus colegas do sexo masculinoAlém disso, pela primeira vez, as mulheres brasileiras conquistaram mais medalhas do que os homens: das 20 medalhas, 12 foram conquistadas por elas, sete por eles e uma mista.

Os Jogos Olímpicos Paris 2024 chegam ao fim no domingo (11). O Brasil fechou sua campanha com um total de 20 medalhas, sendo três ouros, sete pratas e 10 bronzes. Este é o segundo melhor desempenho da história do país, ficando atrás apenas de Tóquio 2020, quando a delegação levou 21 medalhas.

As modalidades mais vitoriosas do Brasil foram ginástica artística e judô, com quatro medalhas cada, incluindo ouros de Beatriz Souza e Rebeca Andrade. O terceiro ouro veio no vôlei de praia, com Ana Patrícia e Duda. Os Jogos na capital francesa também marcaram conquistas inéditas, como a primeira medalha da história da marcha atlética, com a prata de Caio Bonfim.

Nos esportes coletivos, o destaque foi o futebol feminino, que voltou a disputar uma final Olímpica depois de 16 anos e conquistou a prata, enquanto o vôlei feminino fechou a campanha com o bronze.

Judô

Bia souza faturou a primeira medalha de ouro para o judô feminino (Foto: Miriam Jeske/COB)
Bia souza faturou a primeira medalha de ouro para o judô feminino (Foto: Miriam Jeske/COB)

O judô trouxe as primeiras medalhas para o Brasil em Paris, incluindo o primeiro ouro. Willian Lima conquistou a prata na categoria até 66kg e recolocou o judô masculino no pódio pela primeira vez desde Sydney 2000. No mesmo dia, Larissa Pimenta faturou o bronze na categoria até 52kg. A modalidade também garantiu o primeiro ouro da delegação, com Beatriz Souza subindo ao lugar mais alto do pódio em sua primeira participação Olímpica na categoria +78kg, além do bronze por equipes mistas, a primeira medalha da história do país em categorias mistas considerando todos os esportes.

Ginástica Artística

A ginástica artística brasileira deu um verdadeiro show em Paris 2024. Pela primeira vez na história, o Brasil conquistou uma medalha na disputa por equipes, com Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira ficando com o bronze.

Depois disso, Rebeca foi responsável por mais três medalhas: o ouro no solo e a prata no individual geral e no salto. A ginasta encerrou sua participação no topo do pódio, sendo reverenciada por Simone Biles e Jordan Chiles, e se tornando a maior medalhista da história do Brasil, entre homens e mulheres, com seis pódios Olímpicos.

Vôlei de praia

Campeãs olímpicas, Duda e Ana Patrícia foram as porta-bandeiras do Brasil na Cerimônia de Encerramento dos Jogos Paris 2024 (Foto: Luiza Moraes/COB)
Campeãs olímpicas, Duda e Ana Patrícia foram as porta-bandeiras do Brasil na Cerimônia de Encerramento dos Jogos Paris 2024 (Foto: Luiza Moraes/COB)

Líderes do ranking mundial, Ana Patrícia e Duda fizeram bonito na capital francesa. Elas confirmaram o favoritismo jogo após jogo e conquistaram a sonhada medalha de ouro, a primeira da modalidade feminina desde 1996. Pelo grande desempenho, a dupla foi escolhida para ser porta-bandeira na Cerimônia de Encerramento. 

Interessante notar que brasileiros e brasileiras juntamente com americanos e americanas dominavam esta modalidade, mas esta Olimpíada mostrou a evolução de outros países, com a dupla sueca vencendo na categoria masculina.

Canoagem velocidade

Uma das superações mais bonitas veio na canoagem velocidade. Depois de ficar sem a medalha no C2 500m, Isaquias Queiroz provou porque é um dos maiores atletas olímpicos da história do Brasil. Na final do C1 1000m, ele chegou a estar na quinta posição, mas conseguiu um sprint incrível no fim da prova para cruzar na segunda colocação e ficar com a prata. Com isso, Isaquias chegou a cinco medalhas Olímpicas, igualando Torben Grael e Robert Scheidt.

Futebol feminino

A seleção feminina de futebol fez bonito. Depois de uma primeira fase muito abaixo da expectativa, avançando em terceiro lugar, graças à combinação de resultados de outros times, o Brasil deu a volta por cima. Eliminou a dona da casa nas quartas e goleou a Espanha, atual campeã mundial, na semifinal. Com isso, voltou a disputar uma final Olímpica depois de 16 anos. Na última dança da Rainha Marta, a seleção acabou derrotada pelos Estados Unidos por 1 a 0, ficando com a terceira prata de sua história. 

Atletismo

Caio Bonfim conquistou a primeira medalha da história do Brasil nesta modalidade (Foto: Alexandre Loureiro/COB)
Caio Bonfim conquistou a primeira medalha da história do Brasil nesta modalidade (Foto: Alexandre Loureiro/COB)

Em um dos momentos mais bonitos dos Jogos Olímpicos, Caio Bonfim cruzou a linha de chegada dos 20km da marcha atlética masculina na segunda colocação e conquistou a primeira medalha da história do Brasil nesta modalidade. Ainda no atletismo, Alison dos Santos, o Piu, até assustou a torcida nas eliminatórias e na semifinal dos 400m com barreiras. Mas, na grande decisão, ele confirmou o favoritismo e conquistou o bronze novamente, repetindo o resultado de Tóquio 2020 e dividindo o pódio com seus maiores rivais, Rai Benjamin e Karsten Warholm.

Surfe

O surfe entrou no programa Olímpico em Tóquio 2020, quando o Brasil foi ouro com Ítalo Ferreira. Desta vez, o Brasil voltou com mais duas medalhas. No masculino, Gabriel Medina dominou a competição desde o início, parou em uma frustrante semifinal, em que as ondas não se apresentaram ao brasileiro, mas voltou com tudo para conquistar o bronze nas águas de Teahupo’o que ele tanto gosta.

Já no feminino, Tatiana Weston-Webb encarou baterias difíceis ao longo do caminho, eliminando diversas favoritas. Na final, teve chances até o fim, mas acabou ficando com a prata por poucos pontos de desvantagem, fazendo história para o surfe feminino do Brasil.

Skate

Na mesma linha do surfe, uma das modalidades mais novas do programa olímpico, o skate deu alegria aos brasileiros mais uma vez. Depois de duas medalhas em Tóquio 2020, a delegação repetiu o feito em Paris 2024. No street feminino, Rayssa Leal enfrentou algumas dificuldades e, mesmo não acertando suas voltas como gostaria, deu show nas manobras para garantir o bronze. Aos 16 anos, ela se tornou a atleta mais jovem de todos os tempos com duas medalhas em edições diferentes dos Jogos Olímpicos, após a prata em Tóquio.

No park masculino, Augusto Akio também encantou com a sua linha de skate original, conseguindo uma altíssima nota na última volta para garantir seu lugar no pódio, o primeiro da carreira.

Vôlei feminino

No último dia de competição do Brasil em Paris 2024, a seleção feminina de vôlei coroou uma grande campanha com mais uma medalha. Depois de uma primeira fase impecável, com 100% de aproveitamento, e uma vitória consistente contra a República Dominicana nas quartas, o time sofreu uma dura derrota para os Estados Unidos, mesmo adversário da final de Tóquio 2020.

Em dois dias, porém, a equipe de José Roberto Guimarães deu a volta por cima e venceu a Turquia  para ficar com a medalha de bronze e manter o Brasil no pódio do vôlei desde 1992. Thaisa levou sua terceira medalha na carreira e entrou para o seleto grupo de mulheres brasileiras que subiram ao pódio pelo menos três vezes. Já Zé Roberto conquistou sua quinta medalha como técnico, aos 70 anos.

No vôlei de quadra, a França bateu a Polônia para faturar a medalha de ouro no masculino, enquanto no feminino a Itália arrasou a seleção americana e ficou com a medalha de ouro.

Boxe

No boxe, o Brasil conquistou somente uma medalha. Bia Ferreira era favorita ao ouro, mas acabou derrotada na semifinal pela irlandesa Kellie Harrington, mesma algoz da final de Tóquio 2020. Com isso, terminou com o bronze e se tornou a maior medalhista do país na modalidade.

Taekwondo

Já na reta final dos Jogos Olímpicos, Edival Pontes, o Netinho, subiu ao pódio pela primeira vez na carreira. Ele foi superado ainda na primeira rodada pelo jordaniano Zaid Kareem. Com a classificação do algoz para a disputa pelo ouro, o brasileiro pôde disputar a repescagem. Depois de oito horas de espera, ele venceu mais duas lutas e ficou com o bronze, a terceira medalha brasileira na modalidade.

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