Uma mulher que acusou seu gerente da Sbarro Pizza de estuprá-la repetidamente em 2016 perdeu um processo federal contra ele e Sbarro em todas as acusações na sexta-feira (2). Suas advogadas agora estão pressionando pela anulação do julgamento, afirmando que a empresa alegou que ela fabricou as acusações para obter o status legal de imigração.
Sandra Perez argumentou em um processo federal que seu gerente Zachary Ceballes a estuprou semanalmente dentro de um refrigerador no Sbarro, no resort de Monte Carlo, em Las Vegas. Ela disse que Ceballes tinha conhecimento de sua situação como indocumentada no momento em que a contratou, assim como outros membros da família, incluindo sua filha e irmã sem documentos, e ameaçou deportá-las se ela não obedecesse.
Ceballes admitiu ter feito sexo no refrigerador com Perez, mas disse que o relacionamento foi consensual. Ele negou ameaçá-la com deportação.
“Quando você é ilegal, não tem escolha”, disse Perez em entrevista à NBC News em 15 de agosto.
Ela processou Ceballes por agressão, agressão sexual, cárcere privado, imposição negligente de sofrimento emocional e imposição intencional de sofrimento emocional, e processou Sbarro por assédio sexual, retaliação e retenção negligente. Ao todo, Perez buscou $178 milhões.
Na sexta-feira, o júri ficou do lado de Sbarro e Ceballes em todos os aspectos. O CEO da Sbarro, David Karam, disse em um comunicado que a empresa estava “extremamente satisfeita” que o júri decidiu a favor da empresa em todas as acusações.
“Desde que a Sra. Perez apresentou suas reivindicações há seis anos, Sbarro negou consistentemente suas alegações e estamos gratos por agora encerrar este processo”, disse ele. “Estamos gratos que o júri reconheceu a resposta imediata e completa de Sbarro quando as alegações de Perez foram trazidas à nossa atenção. Sbarro se orgulha de nosso local de trabalho acolhedor e inclusivo e se esforça para manter um ambiente saudável e profissional para todos os nossos valiosos clientes.”
Perez acusou a empresa de não levar a sério suas alegações contra Ceballes, mas os advogados de Sbarro argumentaram no tribunal que a empresa respondeu rapidamente e elaa não cooperou com a investigação. Eles argumentaram que Sandra Perez fabricou suas alegações para obter um visto e evitar a deportação.
Os advogados de Perez, Jenny Foley e Dee Sull, apresentaram um pedido de anulação do julgamento, argumentando que Perez não precisava acusar Ceballes de agredi-la porque ela acabou ganhando status legal nos Estados Unidos por meio de casamento e não por meio de um “visto U” ou um “Visto T” reservado às vítimas de crimes graves e tráfico. Os advogados de Sbarro argumentaram que, embora Perez não tenha solicitado um visto U ou um visto T, ela os considerou e foi aconselhada por seu advogado de imigração a fazer alegações falsas contra Ceballes.
“Os fatos e circunstâncias deste caso não têm nada a ver com os procedimentos do tribunal de imigração da autora do processo”, disseram Foley e Sull ao solicitar a anulação do julgamento.
Elas argumentaram que Sbarro deveria ter sido impedido de apresentar evidências sugerindo que Perez tinha um motivo oculto para apresentar suas alegações.
Em comunicado à NBC News, Foley e Sull disseram: “Estamos desapontadas com o resultado e avaliando todas as opções. Com o tempo, esperamos que o sistema legal forneça a medida apropriada de justiça”.
Greg Chen, diretor sênior de governo da Associação Americana de Advogados de Imigração, disse que as acusações de Perez foram algumas das piores que ele já viu. Mas ressalvou que muitos imigrantes têm medo de se apresentar quando estão em situação irregular, como Perez estava em 2016, quando alegou ter sido vítima dos ataques.
“Os predadores têm como alvo mulheres vulneráveis, imigrantes, sabendo que não falam bem inglês, muitas vezes não têm documentos”, disse Chen. (Com informações NBC News)