O vídeo de uma mulher disparando insultos racistas contra uma consumidora aguardando no caixa de uma loja de departamentos J.C. Penny, em Louisville (KY), está causando revolta na internet.
A cena foi registrada por uma outra cliente da loja que testemunhou a cena. No vídeo, a agressora grita para uma suposta furadora de filas, aparentemente latina, para que “volte para a p**** do lugar de onde veio, senhora (go back to wherever the f— you come from, lady)”
“Ei, fala para elas voltarem pro lugar a que pertencem”, diz a mulher para o caixa da loja. “Se querem vir, compertem-se como todo mundo. Vá para o fim da fila, como todo mundo – e seja alguém. É isso que eu acho.”
A J.C. Penny e a gerência do Jefferson Mall, onde a loja está localizada, estão tentando identificar a mulher que grita no vídeo, bem como as duas mulheres agredidas verbalmente por ela.
“Vocês são… nada”, disse a mulher. “Só porque vieram de outro país, isso não faz de vocês alguém. Vocês são ninguém, que eu saiba. Provavelmente vivendo de pensões do governo (welfare). Os contribuintes provavelmente estão pagando por isso.”
Quando o vídeo viralizou, a gerência do Jefferson Mall emitiu uma nota dizendo que quando a impulsiva cliente for identificada ela “será permanentemente banida do Jefferson Mall, por infringir o nosso “Código de Conduta”.
A J.C. Penny disse em nota que a administração está “profundamente consternada” com o que viu no vídeo, postado por uma testemunha no Facebook.
“Lamentamos que pessoas inocentes, tanto clientes quanto funcionários da J.C. Penny, fiquem sujeitas a declarações tão discriminatórias”, diz a nota enviada ao jornal The Washington Post. “Absolutamente não toleraremos este comportamento em nossas lojas, e estamos trabalhando junto aos nossos funcionários para nos assegurarmos de sejam tomadas imediatas e apropriadas providências contra incidentes deste tipo no futuro.”
A loja também está “pedindo à comunidade” que ajude na identificação das duas mulheres que sofreram a agressão para reembonsá-las pela compra realizada e oferecer desculpas pelo incidente.”
O video, que já passou de 5 milhões de visualizações, foi postado na terça-feira por Renee Buckner, que disse ter publicado o vídeo para “expor o racismo na América/Louisville.” Buckner deletou e vídeo e sua própria conta no Facebook na tarde de quarta-feira.
Ela não respondeu aos pedidos para comentar o episódio. Mas antes de delatar a conta do Facebook ela relatou o incidente: “essa moça hispânica estava comprando umas peças e a transação estava quase completa quando uma amiga trouxe umas blusas para acrescentar na compra em vez de entrar na fila. E essa mulher começou.”
O vídeo começa logo depois que a amiga se aproxima da moça que já estava no caixa, irritando a mulher que esperava em seguida na fila.
“E não me importo em dizer isso, não me interessa se todo mundo está me ouvindo”, começou a gritar a mulher. “Acho que todo mundo aqui provavelmente se sente da mesmo jeito desgraçado como eu me sinto.”
Ela continuou gritando palavrões e a caixa pediu que ela moderasse a linguagem. Mas ela continuou, dirigindo-se à caixa e as pessoas em volta.
“Nós provavelmente estamos pagando por cada pedaço dessas coisas, sabia? Provavelmente comida e tudo mais. Desculpe, mas é assim que eu me sinto. OK, fale inglês. Você está na América. Se não sabe, aprenda. E me desculpe se eu sou assim, mas vocês tem que saber que não são os únicos aqui.”
“That’s okay, speak English,” the ranter shouted in response. “You’re in America. If you don’t know it, learn it. And I’m sorry that I’m that way, but you all need to realize you’re not the only ones around here.”
O prefeito de Louisville, Greg Fischer, disse na quarta-feira pelo Twitter que estava “triste e desapontado” com o acontecido.
“Não somos assim, e em nome da nossa comunidade, peço desculpas às duas mulheres que foram tratadas desse jeito terrível”, escreveu. “Espero que esse vídeo desperte consciência nas famílias quando elas se reunirem para as festas de fim de ano. Sobre valores humanos básicos, dignidade e respeito.”
“Sendo um país de imigrantes, devemos entender que somente avançamos quando há paz, aceitação e acolhimento para aqueles que são diferentes de nós”, continuou Fischer. “Esses são valores americanos básicos protegidos pela nossa Constituição, valores abraçados por esta acolhedora comunidade.”
O procurador-geral do condado de Jefferson, Mike O’Connell, disse ao jornal Courier-Journal que o incidente “pode chegar ao nível de conduta criminosa” se as vítimas decidirem entrar com uma ação legal.