Histórico

Morte de brasileira em Port St. Lucie gera polêmica

Segundo a Polícia, Mariangela Woycenko se suicidiou na cadeia, mas família duvida

A morte da baiana Mariangela Woycenko, de Port St. Lucie (Flórida), ocorrida na semana passada, ainda está envolta em mistério. Familiares da brasileira não acreditam na versão da Polícia de que ela teria cometido suicídio dentro de sua cela, na terça-feira (13 de abril), para onde havia sido levada no dia anterior. Angela, como era conhecida, trabalhava como corretora de imóveis e estava há 11 anos nos Estados Unidos. Nos últimos meses, ela foi internada algumas vezes com problemas psiquiátricos.

O filho da brasileira, Artur Rodrigues, de 18 anos, é um dos que desconfiam da versão da polícia. “Apesar de estar depressiva, minha mãe não era o tipo de pessoa que cometeria suicídio”, disse o jovem, que é estudante da Port St. Lucie High School. Outros familiares – entre eles, um cunhado, que mora em Londres – estão a caminho da Flórida para buscar esclarecimentos sobre o caso, mas estão enfrentando dificuldades para encontrar voos a partir da Europa, por causa das cinzas vulcânicas que instalaram o caos no Velho Continente.

O drama de Angela começou na segunda-feira (12 de abril), quando Artur decidiu ligar para o 911 (telefone de emergência) ao sair da escola, porque estava preocupado com a mãe. “Ela dizia que alguém queria matá-la e começou a dirigir em alta velocidade, ultrapassando sinais vermelhos e fazendo manobras perigosas”, lembra o rapaz, que conseguiu tirar a chave da ignição do carro. Em pouco tempo, dois policiais foram ao encontro dos brasileiros e decidiram levar a baiana de volta ao centro psiquiátrico New Horizons, em Port St. Lucie, de onde recebera alta poucos dias antes.

De acordo com o boletim de ocorrência, Angela resistiu à ideia de retomar o tratamento e agrediu os policiais, depois que conseguiu se desvencilhar das algemas. Ela foi novamente dominada com violência, segundo o relatório, e levada para a ala de pacientes psiquiátricos num centro de detenção na cidade, pois as autoridades consideraram que ela poderia ser uma ameaça à própria vida e a dos outros. Na terça-feira, porém, os agentes chamaram médicos para tentar reavivar a brasileira, que teria se enforcado.

Os policiais afirmam que ela foi levada com vida para o Lawnwood Medical Center e passou pela Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) , mas o boletim do hospital atesta que Angela já chegou morta e com marcas de hematomas e arranhões. Jane Eschbach, porta-voz do Centro Médico, que fica na vizinha Fort Pierce, disse que somente os familiares poderiam requerer mais detalhes sobre a causa da morte.

“Ela estava bem melhor nos últimos dias e fiquei surpresa com a notícia da morte. Acho que a família deve mesmo pedir a autópsia, pois a história está mal contada”, afirmou uma amiga, que preferiu não se identificar. A desconfiança é maior porque desde 2002 outras sete pessoas morreram do mesmo jeito, na mesma ala do centro de detenção psiquiátrico. “No mínimo, os policiais estão sendo negligentes com os detentos desta ala”, resume a amiga. Na Delegacia de Port St. Lucie, o sheriff Ken Mascara já recebeu críticas da população sobre os métodos de prisão conduzidos por seus policiais.

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