Ele passou 27 anos preso por defender o fim da segregação racial e saiu da prisão para assumir a presidência do país
O ex-presidente foi libertado em 1990, depois de quase 30 anos preso por planejar a derrubada do governo do apartheid (separação) na África do Sul. Em 1994, numa eleição histórica, ele tornou-se o primeiro presidente negro da nação. Deixou o governo em 1999, e aposentou-se da carreira política.
História
Nascido Rolihlahla Mandela, em Transkei, África do Sul, em 18 de julho de 1918, Mandela era um dos estadistas mais carismáticos do mundo, que liderou a luta contra o apartheid em seu país.
Formado em Direito pelas universidades College of Fort Hare e de Witwatersrand, Mandela foi presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Sua carreira política começou em 1944, quando filiou-se ao Congresso Nacional Africano (ANC) e participou da resistência à política do apartheid do governo sul-africano em 1948.
Em 1962, foi preso e condenado por sabotagem e outras acusações, e setenciado a cinco anos de prisão. Em 1964, Mandela foi novamente julgado e condenado à prisão perpétua por conspirar contra o governo e planejar derrubá-lo usando de violência.
A declaração que fez em defesa própria durante o julgamento tornou-se bastante conhecida. Seu discurso terminava assim: “”Durante toda a minha vida, dediquei-me à luta do povo africano. Lutei contra a opressão branca e contra a opressão negra. Louvei a ideia de uma sociedade livre e democrática onde todas as pessoas poderiam viver juntas em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal que um dia pretendo alcançar. Mas, se necessário, estou preparado para morrer por ele.””
Mandela passou 27 anos preso, a maior parte do tempo na prisão de Robben Islands, perto da Cidade do Cabo. Durante o período em esteve preso, sua fama e reputação como o maior líder negro da África do Sul chegaram ao mundo inteiro
Tornou-se um símbolo de resistência enquanto o movimento anti-apartheid ganhava fôlego na África do Sul e no mundo. Na cadeia, ele e outros prisioneiros eram forçados a trabalhar. A discriminação racial estava no seu auge, e os prisioneiros eram separados por cor, com os negros recebendo porções menores de comida. Mandela depois escreveu que naquele tempo ele podia receber um visitante e escrever uma carta a cada seis meses.
Liberdade
Em fevereiro de 1985, o presidente P.W. Botha ofereceu a liberdade, contanto que ele incondicionalmente abrisse mão da luta armada como recurso, mas Mandela recusou a proposta. Mandou a recusa através de uma carta que chegou ao presidente pela mão da filha. “”Que espécie de liberdade é essa que me oferecem, enquanto o povo organizado ainda é reprimido? Só os homens livres é que podem negociar. Um prisioneiro não pode firmar contratos””, escreveu. Em 1998, Mandela foi transferido para a prisão de Victor Verster e lá permaneceu até a liberdade.
Enquanto estava preso, aumentava a pressão sobre o governo sul-africano para que o libertasse. O slogan “”Libertem Nelson Mandela”” tornou-se o canto de guerra nas campanhas anti-apartheid. Por fim, Mandela foi solto no dia 11 de fevereiro de 1990, numa cerimônia transmitida ao vivo para todo mundo. Depois que foi libertado, Mandela retornou à luta, em busca do tão sonhado objetivo estabelecido por ele e seus companheiros, décadas atrás. Em 1991, aconteceu a primeira conferência nacional da ANC desde que a organização havia sido banida do país, em 1960.
Mandela Presidente
Mandela foi eleito presidente da ANC, enquanto seu amigo Oliver Tambo tornava-se diretor nacional da organização. A liderança de Mandela e o seu trabalho em cooperação com o presidente F.W. de Klerk rendeu aos dois o prêmio Nobel da Paz em 1993. A primeira eleição multiracial na África do Sul aconteceu em abril de 1994, com a ANC conseguindo a esmagadora maioria, com 62% dos votos. Mandela foi empossado na presidência em maio de 1994, como o primeiro presidente negro da história do país.
Na presidência, de maio de 1994 a junho de 1999, Mandela coordenou a transformação da ordem de poder na África do Sul, antes na mão das minorias brancas garantidas pelo apartheid, o que lhe valeu o reconhecimento internacional pelo sua diplomacia e seu esforço conciliatório
Honrarias e vida pessoal
Mandela recebeu diversas homenagens nacionais e internacionais, incluindo o prêmio Nobel da Paz em 1993, a Ordem Ao Mérito da rainha Elizabeth II, e a Medalha Presidencia, do presidente George W. BushEm 1990, recebeu o prêmio Bharat Ratna do governo da Índia, e ainda o último prêmio Lênin da Paz, da União Soviética. Em 1992, ganhou o Nishan-e-Pakistan, a maior comenda civil do Paquistão. Sua autobiografia “”Long Walk to Freedom”” (O Longo Caminho da Liberdade), que ele secretamente começou a escrever ainda na prisão, foi publicada em 1994
Mandela e suas esposas
A vida amorosa de Nelson Mandela correu paralela à sua carreira política, e pode ser dividida em três épocas distintas. Ainda jovem, casou-se com a primeira esposa, Evelyn Mase, em 1944. O casal teve quatro filhos e divorciaram-se em 1958, pouco antes de Mandela tornar-se procurado, com a perseguição à ANC. O segundo casamento – e possivelmente mais famoso – foi com Winnie Mandela, com quem casou-se em 1958. Winnie esteve sempre ao seu lado, mesmo durante os anos de prisão, e em campanha pela libertação do marido. Acabou tornando-se uma figura poderosa durante o tempo em que o marido esteve preso, mas envolveu-se numa série de escândalos que acabaram por separar o casal, em 1992. O casamento acabou em divórcio, no ano de 1996. Tiveram dois filhos.
Seu terceiro casamento, com Graça Machel, viúva do ex-presidente de Moçambique Samora Machel, foi quando ele completou 80 anos, e durou até sua morte hoje, 5 de dezembro..” 482 Ultimas 2 2 Home