O diretor de cinema Cacá Diegues faleceu nesta sexta, 14, no Rio de Janeiro, aos 84 anos. Segundo a TV Globo, ele iria se submeter a uma cirurgia na clínica São Vicente, mas teve complicações cardiocirculatórias na madrugada. O cineasta era casado com a produtora de cinema Renata Magalhães e deixa quatro filhos. O velório ocorrerá na manhã deste sábado, 15, na sede da Academia Brasileira de Letras, no Rio.
Nascido em Maceió, em 19 de maio de 1940, Carlos José Fontes Diegues se mudou aos seis anos de idade para o Rio de Janeiro. Foi um dos fundadores do Cinema Novo ao lado de Glauber Rocha, Leon Hirzman, Paulo Cesar Seraceni e outros cineastas. O movimento surgiu na década de 60 e foi marcado por uma crítica à desigualdade social e pela busca de uma identidade cultural brasileira.
Diegues foi um dos responsáveis pela reestruturação do cinema nacional na década de 90. Em 2018, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL), sucedendo o também cineasta Nelson Pereira dos Santos.
Seu primeiro longa-metragem solo, Ganga Zumba (1963), é considerado o primeiro filme brasileiro com protagonistas negros. Também dirigiu clássicos do cinema brasileiro como como Xica da Silva (1976), Bye Bye Brasil (1980) e Deus é Brasileiro (2003).
O cineasta retratava em seus trabalhos as transformações do Brasil, abordando temas como escravidão, a ditadura militar e a identidade nacional. Seu último filme lançado foi O Grande Circo Místico (2018). Ele havia filmado a continuação de Deus é Brasileiro, ainda inédita.
