Uma equipe de médicos do Texas e da Califórnia anunciou ter implantado pela primeira vez no último dia 2 de junho uma orelha humana criada a partir de células do próprio paciente em uma impressora tridimensional, ou 3D. A mulher que recebeu o órgão é uma mexicana de 20 anos de idade que mora em San Antonio (TX). Segundo os cientistas, ela nasceu com um deformidade conhecida como microtia, na qual o ouvido externo não se desenvolve por completo durante a gravidez. Em todos os EUA cerca de 1,5 mil bebês nascem a cada ano com a deficiência, segundo informou a 3DBio Therapeutics, que financia o estudo.
O médico que operou a jovem, Arturo Bonilla, disse em entrevista ao jornal The New York Times que espera que este implante possa algum dia substituir os complicados tratamentos existentes, que envolvem a extração de cartilagem das costelas e uso de material sintético. Ele declarou que, futuramente, a impressão 3D poderá até produzir órgãos vitais muito mais complexos como fígados, rins e pâncreas. “Se tudo correr como planejado, isso vai revolucionar a forma como isso é feito”, disse ele.
Os ensaios clínicos para implantes de orelhas estão ainda em sua primeira fase e tem 11 voluntários na fila. Antes de o implante ser impresso, as células humanas são cultivadas para obter uma quantidade suficiente e mescladas com um hidrogel de colágeno. As células vivas continuam produzindo cartilagem durante a vida da pessoa. Além disso, o implante é menos propenso a ser rejeitado pelo corpo, pois é feito das próprias células.
Se não apresentarem problemas de saúde, essas crianças com microtia podem viver normalmente, mas alguns relatam bullying e terem problemas de autoestima.