Ray Martin DeMonia morava em Cullman, no Alabama, e morreu no dia 1º de setembro – três dias antes de seu 74º aniversário.
Segundo os familiares, ele sofreu um ataque cardíaco em casa e foi levado às pressas para o hospital mais próximo, mas não havia leito de UTI disponível para recebê-lo.
Os agentes de saúde iniciaram uma busca para encontrar uma vaga e, após entrarem em contato com 43 hospitais, o paciente foi transferido para o Rush Foundation Hospital, que fica em Meridian, no estado do Mississippi, mais de 200 milhas de distância de onde ele estava.
A lotação das UTI, de acordo com a vice-diretora da Associação de Hospitais do Alabama, Danne Howard, é devido a grande quantidade de pacientes internados com covid-19.
“O pico de covid começou em meados de agosto e agora atingiu seu ponto mais alto de toda a pandemia”, disse Howard à imprensa local.
DeMonia faleceu antes de receber o tratamento cardíaco que precisava.
Em seu obituário, a família fez um apelo para as pessoas que não se vacinaram: “Em homenagem a Ray, por favor, vacinem-se, se ainda não o fizeram, para liberar as emergências para outros tratamentos não relacionadas à covid”, diz o obituário.
Howard falou que os hospitais do estado têm capacidade de expandir o número de leitos de UTI, mas falta também profissionais para atender à alta demanda de doentes. “É uma situação terrível e séria”, disse ela.
Na última quarta-feira (8), havia 94 pacientes à espera de um leito de UTI no Alabama. As equipes de saúde estão encorajando as pessoas a usarem máscara, tomarem a vacina e só irem ao pronto-socorro se for uma emergência real.