Condoleezza Rice poderá se encontrar com ministro do Irã
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moulaem, tiveram um encontro reservado nesta quinta-feira na primeira conversa bilateral entre os dois países desde 2005.
Após o encontro, Al-Moualem classificou a conversa de “franca e construtiva”.
“Nós discutimos a situação no Iraque, como alcançar estabilidade e segurança no país, além das relações bilaterais entre a Síria e os Estados Unidos”, contou.
Perguntado se ficou satisfeito com a reunião, Al-Moualem respondeu que esse foi o primeiro encontro que teve com Rice. “Acho que depende de passos futuros”, comentou o ministro.
Al-Moualem também foi perguntado sobre a questão de contrabando de armas e movimento de militantes na fronteira entre a Síria e o Iraque.
Os Estados Unidos acusam as autoridades sírias de não realizar esforços suficientes para evitar o problema. “Nós concordamos que vamos acompanhar essa questão sobre o Iraque”, disse Al-Moualem.
Irã
Ainda existem grandes expectativas para um encontro bilateral entre Rice e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, mas a reunião ainda não foi confirmada.
Mottaki chegou a Sharm el-Sheikh na manhã desta quinta-feira, após um longo impasse resolvido no início desta semana sobre a participação do Irã na reunião.
O governo iraniano disse que está preocupado com o fato de a conferência não ser realizada no Iraque e, com isso, fortalecer a posição dos Estados Unidos, que contam com forte apoio do governo egípcio.
O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Hoshyar Zebari, disse que está trabalhando para um contato de Rice com o Irã ainda nesta quinta ou sexta-feira.
O possível encontro bilateral dos Estados Unidos com o Irã seria mais um sinal da mudança da política do governo Bush em direção ao diálogo com países com os quais se recusava a conversar anteriormente.
Desde o ano passado, Washington vem recebendo recomendações, como as do Grupo de Estudos do Iraque (criado pelo Congresso americano), para iniciar um diálogo com o Irã e a Síria para resolver os problemas no Iraque.
Acusações
Os Estados Unidos acusam os dois países de apoiar insurgentes sunitas e milícias xiitas no Iraque ao ignorar o contrabando de armas e pessoas nas suas fronteiras com o Iraque.
No discurso de abertura da conferência, intitulada “Pacto Internacional com o Iraque”, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse que o país está em uma situação crítica e que não existem dúvidas de que é preciso fazer mais para acabar com a constante violência no Iraque, que, segundo ele, é “o fardo que está sendo carregado por civis inocentes”.
O secretário disse ainda que “além dos ataques terroristas e da violência sectária, uma crise humana está acabando com a paciência e a habilidade de pessoas comuns de lidar com a vida no dia-a-dia”.
Segundo Ban Ki-Moon, a conferência em Sharm el-Sheikh tem como objetivo traçar um plano para os próximos cinco anos, para ajudar o Iraque a alcançar seus objetivos de prosperidade, estabilidade política e segurança duradoura.
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse que a reunião é “o início de um processo, não um fim nela mesma”.
“A implementação do pacto vai incluir consultas regulares para monitorar e ajudar a guiar o progresso do Iraque e a conquista de seus objetivos, além de assegurar que os doadores cumpram seus compromissos”, disse Rice.
A secretária americana também disse esperar que o grupo cresça e se fortaleça e que mais países e organizações se comprometam a apoiar o Iraque.
“Portanto, nós precisamos todos trabalhar para expandir a participação internacional neste pacto.”