O ex-ministro da Educação do Brasil, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira, viajou para Miami um dia depois de protocolado um pedido de apreensão de seu passaporte para evitar que ele saísse do Brasil. A informação veio através do irmão do ex-ministro, Arthur Weintraub, que escreveu no Twitter “Obrigado a todos pelas orações. Meu irmão está nos EUA”.
Weintraub teria entrado nos Estados Unidos graças a um passaporte diplomático, já que cidadãos brasileiros que não tenham dupla cidadania ou que não sejam residentes permanentes (portadores de green card) estão barrados no País por conta da pandemia do coronavirus. Segundo o Itamaraty (ministério das Relações Exteriores), ministros de estado do Brasil têm direito a esse tipo de passaporte privilegiado, e a exoneração de Weintraub ainda não foi publicada no “Diário Oficial da União”.
O ex-ministro, investigado no Supremo Tribunal brasileiro por envolvimento com fake news e racismo, depois de demitido foi indicado por Bolsonaro para um cargo no Banco Mundial (World Bank), onde o Brasil tem cadeira no conselho diretor. O nome de Weintraub ainda precisa ser aprovado pelos outros países que formam o conselho da entidade.
Weintraub foi demitido depois de uma gestão polêmica à frente do MEC, valorizando mais uma postura ideológica de confronto do que de realizações concretas. O ex-ministro ficou célebre também pelos erros de ortografia que cometia nas mídias sociais, como escrever “imprecionante” e “paralização”, e outros erros gramaticais, como vírgulas, concordâncias e crases erradas.
Depois de atacar o STF durante uma reunião ministerial, quando chamou os juízes de “vagabundos” que “colocaria na cadeia”, sua posição no governo ficou insustentável e acabou demitido por Bolsonaro. Antes de deixar a pasta, como último ato Weintraub revogou uma portaria que obrigava as universidades federais a abrirem cotas nos cursos de pós-graduação e mestrado para negros, indígenas e pessoas com deficiência.