Brasil

Ministro brasileiro Alexandre de Moraes e seu filho são agredidos em aeroporto na Itália

O conflito começou quando Andreia Mantovani, uma das acusadas, teria chamado Moraes de “bandido, comunista e comprado”

O ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes, foi hostilizado e seu filho agredido, na sexta-feira (14) no aeroporto de Roma, na Itália. Os suspeitos — identificados como o empresário Alex Zanatta, Roberto Mantovani Filho, e a mulher, Andreia Mantovani — foram chamadas a prestar depoimento no domingo (16) à Polícia Federal, em Piracicaba (SP). O conflito começou quando Andreia Mantovani teria chamado Moraes de “bandido, comunista e comprado”.

Apenas Alex compareceu para prestar depoimento, os outros intimados alegaram que já tinham viagem marcada para Santa Catarina. Os depoimentos foram remarcados para próxima terça-feira (18). De acordo com uma nota divulgada pelo advogado de defesa, eles negam terem iniciado a agressão e lamentam o ocorrido: “Roberto Mantovani Filho e sua esposa lamentam, sinceramente, todo o acontecido, estando convictos da existência de equívoco interpretativo em torno dos fatos. Esclarecem que as ofensas atribuídas como se fossem de Andréa ao Ministro Alexandre de Moraes foram, provavelmente, proferidas por outra pessoa, não por ela. Que dessa confusão interpretativa nasceu desentendimento verbal entre ela e duas pessoas que acompanhavam o Ministro. Que diante dessa discussão, que ficou acalorada diante das graves ofensas direcionadas a Andréa, Roberto, que tem mais de 70 anos, precisou conter os ânimos do jovem ofensor. Dessa forma, reiteram que em nenhum momento ocorreram ofensas, muito menos ameaças ao Min. Alexandre, que casualmente passou por eles nesse infeliz episódio. Mesmo assim, se desculpam pelo mal entendido havido, externando o veemente respeito que nutrem pelas autoridades públicas, extensivo aos seu familiares”, declarou a defesa.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, usaram as redes sociais para condenar a agressão. “Até quando essa gente extremista vai agredir agentes públicos, em locais públicos, mesmo quando acompanhados de suas famílias? Comportamento criminoso de quem acha que pode fazer qualquer coisa por ter dinheiro no bolso. Querem ser ‘elite’ mas não tem a educação mais elementar”, criticou Dino em sua conta no Twitter.

Pacheco usou a mesma plataforma para condenar o ato. Ele considerou “inaceitável” a agressão sofrida pelo magistrado e sua família e afirmou que tal comportamento distancia do país do progresso. “Todos os lados precisam colaborar para que o antagonismo fique no campo das ideias e das ações legítimas. Se a Nação, ainda dividida, não é capaz de substituir o ódio pelo amor, que o faça ao menos pelo respeito”, acrescentou o senador.

Vários outros parlamentares se manifestaram. As deputadas Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) estão entre eles. “O ato é fruto do ódio e da ignorância desses que sempre alimentaram um projeto autoritário, antidemocrático e violento para o nosso país”, disse Jandira.

Já o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que é autor de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que atribui ao STF a competência para julgar ações antidemocráticas, afirmou que tentará votar o texto em agosto. “A agressão de ogros contra Alexandre de Moraes mostra que é hora de punir os crimes de ódio, alguns já tipificados. Vamos enquadrar a intolerância política, como propus no ‘pacote da Democracia’. Vou procurar o relator Veneziano do Rego e o Presidente para votarmos em agosto”.

O ministro Alexandre de Moraes estava na Itália para fazer uma palestra na Universidade de Siena.

*com informações da Agência Brasil

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