O Ministério da Saúde brasileiro declarou, no sábado (21), situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional depois de uma visita do presidente Lula ao território dos povos indígenas Yanomami, em Roraima.
Acompanhado de oito ministros, incluindo a ministra dos Povos Originários, Sonia Guajajara, o presidente estabeleceu uma série de medidas para lidar com a crise humanitária identificada no local, onde os indígenas se encontram em situação de fome, muitos com malária — em 2022, foram registrados 11.530 casos da doença na região — e infecções respiratórias. O governo busca uma solução urgente principalmente para os casos de desnutrição em crianças e idosos.
“O problema não começou agora, já vem de longa data. A gente tem um dado de que, a cada 72 horas, uma criança ou idoso Yanomami está morrendo por subnutrição, diarreia ou malária. Nos últimos 4 anos, 570 pessoas Yanomami morreram, decorrente da contaminação por mercúrio, devido ao garimpo ilegal, subnutrição ou malária”, disse Sônia Guajajara em entrevista à CNN.
Após visitar o hospital e a Casa de Apoio à Saúde Indígena, em Boas Vista, Lula disse que a situação dos povos Yanomami é “desumana” e prometeu acabar com o garimpo ilegal. “Se alguém me contasse que aqui em Roraima tinham pessoas sendo tratadas da forma desumana como o povo Yanomami é tratado aqui, eu não acreditaria”, lamentou.
A ministra da Saúde, Nise Trindade, pediu a instalação de um Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública, que receberá o reforço de 13 profissionais de saúde da Força Nacional do Sistema Único de Saúde na segunda-feira (23) para montar um hospital de campanha na região.