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Milhares protestam contra as políticas imigratórias de Trump em 200 cidades americanas

Algumas lojas brasileiras fecharam as portas em apoio ao movimento, mas a maior parte dos protestos foi da comunidade hispânica

Manifestantes em Washington DC FOTO AFP
Manifestantes em Washington DC FOTO AFP

Milhares de pessoas expressaram nesta segunda-feira (1), por ruas de 200 cidades americanas, sua rejeição às políticas imigratórias do presidente Donald Trump. Coincidindo com o Dia Internacional do Trabalhador – que nos EUA não é considerado feriado –  houve protestos em cidades como Miami, Washington, New York, Chicago, Seattle, Boston, Filadélfia e Los Angeles.

Uma das manifestações mais destacadas foi a de Washington, onde as ruas se encheram de ativistas, imigrantes e até legisladores, como o representante por Illinois, Luis Gutiérrez, um dos rostos mais visíveis na luta por uma reforma migratória.

“Quanto mais Trump ataca os imigrantes e os desumaniza, mais o povo americano vê a humanidade de nossos irmãos imigrantes, sua vulnerabilidade e suas contribuições”, declarou Gutiérrez.

Dessa forma, o legislador demonstrou sua rejeição à iniciativa de Trump para construir um muro na fronteira com México e sua promessa de contratar 15 mil novos agentes migratórios para incrementar as deportações dos indocumentados e dos imigrantes com antecedentes criminais.

A Gutiérrez se somaram outras importantes personalidades políticas, como o líder da minoria democrata do Senado, Chuck Schumer, e o novo presidente do Comitê Nacional Democrata (DNC), Tom Pérez, que ocupou o posto de secretário de Trabalho entre 2013 e 2017, durante o governo do ex-presidente Barack Obama.

Miami

No Sul da Flórida, as manifestações ocorreram em Homestead e Miami.  Em Homestead, localizada ao sul da Miami, dezenas de pessoas se reuniram em frente à prefeitura da cidade. Dezenas de lojas e empresas fecharam as portas em solidariedade ao movimento.

Em Miami, o prefeito Tomás Regalado, num gesto de solidariedade aos imigrantes entregou as chaves da cidade a Miguel Bernal, cidadão da Guatemala que trabalha em fazendas em Homestead. O arcebispo da cidade, Thomas Wenski, militante da causa imigrante, também estava presente.

Em Downtown Miami, manifestantes protestaram contra o prefeito do Condado de Miami-Dade, Carlos Giménez, que já demonstrou ser favorável às políticas imigratórias de Donald Trump.

Movimento foi fraco entre brasileiros

Apesar dos esforços de militantes da comunidade brasileira em mobilizar os conterrâneos para pararem de trabalhar neste dia, o movimento entre a comunidade foi considerado fraco. Em Boston, muitas lojas e restaurantes fecharam em solidariedade ao movimento, mas muita gente não aderiu.

O brasileiro Marcio Porto, morador de Massachusetts, demonstrou sua frustração em uma postagem no Facebook.  “Este será meu último comentário sobre a paralisação do dia “01 de Maio”, tivemos uma oportunidade, de juntos com as comunidades latinas, fazermos uma mobilização histórica, mas muitos não entenderam a dimensão e a urgência de mostrarmos de forma organizada, a necessidade da mão-de-obra Imigrante para a América, e a importância econômica. Fomos mais uma vez representados pelos espanos, que foram às ruas, mas sem a força da unidade comunitária e de muitos brasileiros, que preferiram abrir seus comércios, enfraquecendo o movimento. E com isso, o fortalecimento do Governo Donald Trump no que se refere às políticas imigratórias. Esperem por uma reação avassaladora do ICE que já está prendendo indocumentados dentro das Cortes, por pequenas infrações, como dirigir sem carteira. Que Deus tenha misericórdia dos que bravamente se juntaram a nós nessa luta, e que foram verdadeiros guerreiros, eu me reservo ao direito de voltar para a arquibancada”.  (Com Agência EFE e Miami Herald).

Dia do Trabalho

O Dia do Trabalho, também conhecido como Dia do Trabalhor, é comemorado em 1º de maio, no Brasil e em vários países do mundo. A História do Dia do Trabalho remonta o ano de 1886 na industrializada cidade de Chicago, quando milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia ocorreu nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores.

Dois dias após os acontecimentos, um conflito envolvendo policiais e trabalhadores provocou a morte de alguns manifestantes. Este fato gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais. No dia 4 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar no grupo de manifestantes. O resultado foi a morte de doze protestantes e dezenas de pessoas feridas.

Foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Internacional dos Trabalhadores, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.

Prefeito Tomás Regalado entrega as chaves da cidade a um imigrante da Guatemala em solidariedade ao movimento
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