Mais de 6.300 imigrantes com o status temporário recém-revogado foram classificados como “falecidos” na base de dados da Social Security Administration (SSA), conhecida como “Death Master File” (Arquivo Mestre de Mortos). Essa ação revogou seus números de Social Security, e a manobra, revelada por documentos obtidos pelo The New York Times, impede essas pessoas de acessar serviços bancários e benefícios federais, forçando-as a “auto-deportação”. A ação foi liderada pela equipe de Elon Musk no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), e marca uma mudança radical no papel da agência, tradicionalmente focada em aposentadorias e benefícios por invalidez.
O plano prevê o uso de dados sensíveis para aplicar sanções financeiras aos migrantes, especialmente os que chegaram sob programas do governo Biden, como a autorização temporária para venezuelanos, cubanos, haitianos e nicaraguenses. Muitos desses imigrantes entraram legalmente, com autorização de trabalho e patrocinadores. Agora, com a revogação em massa desse status de imigração, o governo quer cortar qualquer incentivo para que permaneçam no país — inclusive passando a considerar alguns como “falecidos” no sistema federal.
Ex-funcionários da Social Security alertam para riscos de erros, que podem afetar até cidadãos americanos. A medida também reacendeu debates sobre legalidade, transparência e o uso político de agências públicas. Ao mesmo tempo, a Social Security fechou um acordo com o Department of Homeland Security para compartilhar endereços de quase 100 mil migrantes com o ICE, responsável por deportações. O temor é que essa cooperação resulte em batidas e prisões com base em dados potencialmente desatualizados ou imprecisos.