O Instituto Nacional de Migração do México (INMM) vai pagar 8,2 milhões de dólares –cerca de 140 milhões em pesos mexicanos– para as famílias dos 40 imigrantes mortos em um incêndio ocorrido em um centro de detenção em Ciudad Juarez, na divisa com o Texas. O montante será dividido igualmente; informou o instituto no domingo (13). A tragédia aconteceu na noite do dia 27 de março, quando 39 detentos morreram no local, a maioria por asfixia, e um no hospital. Outros 29 sofreram lesões. Entre as vítimas estavam 19 cidadãos da Guatemala, 7 da Venezuela, 1 da Colômbia, 6 de Honduras e 7 de El Salvador.
Uma investigação constatou que as chamas começaram quando um imigrante colocou fogo em um colchão na cela onde permanecia com outros 67 homens. O ato teria sido em protesto contra a superlotação da instalação.Imagens das câmeras de vigilância mostraram os guardas se afastando quando o fogo começou, em vez de libertar os detidos.
O dirigente do INMM, Salvador González Guerrero, teria sido informado sobre o incêndio, mas ordenou que os imigrantes permanecessem presos. Segundo as autoridades que apuraram o incidente, Guerrero ordenou, por meio de um telefonema, a “não liberar os alojados, em nenhuma circunstância”. As mortes motivaram reclamações de organizações de direitos humanos como a Anistia Internacional.
No dia 11 de abril, um tribunal do México ordenou a prisão de cinco pessoas pelo suposto crime de homicídio por omissão. “A prioridade de nosso governo é respeitar os direitos humanos de todas as pessoas, independentemente de sua situação migratória”, disse na ocasião Rosa Icela Rodríguez Velázquez, secretária de segurança do governo do México. Nos dias que antecederam o incêndio, o Instituto Nacional de Migração havia realizado uma operação para remover 71 imigrantes das ruas de Ciudad Juárez.