A Secretaria de Relações Exteriores do México divulgou uma nota no último dia 10 de outubro confirmando que pelo menos uma imigrante mexicana passou por uma cirurgia não autorizada em um centro de detenção na Geórgia.
A nota diz que o consulado mexicano em Atlanta “está em contato com um advogado sobre uma possível ação coletiva contra o Immigration and Customs Enforcement (ICE), por violação dos direitos humanos”.
O governo do país latino disse ter solicitado a opinião de um médico especialista que “após uma revisão exaustiva, considerou haver irregularidades ou anomalias no procedimento médico realizado na cidadã mexicana”.
A partir das ações de nossa representação consular e das entrevistas que as autoridades mexicanas realizaram no centro de detenção de Irwin em 23 de setembro, foi identificado o caso de uma nacional que foi submetida a uma intervenção cirúrgica que, de acordo com os elementos compartilhados, não foi autorizada, ela não recebeu cuidados pós-operatórios e não foi tratada para outra condição não ginecológica de que sofria (hérnia), diz a nota.
O governo mexicano não especificou qual cirurgia sua cidadã foi submetida, mas observou que não foi uma histerectomia.
Além do caso já confirmado, a representação consular disse que está verificando uma outra ocorrência, no mesmo centro de detenção, desta vez de uma mexicana que já foi deportada dos EUA e teria passado por uma cirurgia ginecológica sem seu pleno consentimento.
O procedimento cirúrgico aconteceu “sem uma explicação em espanhol do diagnóstico médico ou da natureza dos procedimentos que seriam realizados”, comunicou.
A prática de cirurgias irregulares realizadas em mulheres imigrantes sob a custódia do ICE foi denunciada em setembro, por uma ex-enfermeira do centro de detenção de Irwin, na Geórgia.
Até esta terça-feira (13), o ICE não havia se manifestado sobre a nota emitida pela Secretaria de Relações Exteriores do México.