Marcial Serrano já publicou dois livros e agora quer revelar o outro lado da história da família Gracie
Joselina Reis
O livro é a continuação do seu livro “Géo Omori, O Guardião Samurai” – (Agbook/2013), lançado em 2013 que conta a história do mestre japonês que chegou ao Brasil no início do século passado e levou o jiu-jitsu para os brasileiros. Com o tempo, as regras dessa arte marcial foram mudando e o nome alterado para judô, no entanto, no Brasil a raiz do jiu-jitsu como luta de solo continuou e acabou por ser difundida como o jiu-jitsu brasileiro.
Atualmente, o nome mais associado ao jiu-jitsu brasileiro é da família de lutadores, Gracie. Marcial Serrano conta que reuniu mais de 1500 páginas sobre o assunto e a pesquisa é tão grande que terá que publicá-la em partes. Entre os assuntos mais polêmicos divulgados abertamente pela imprensa brasileira na época estão as lutas com resultados ‘armados’, prisões e envolvimento com estelionato. “Os dois patriarcas da família são lembrados como heróis, mas a imprensa da época mostra fatos que dão novo rumo a esta história”, conta Serrano.
A pesquisa, de acordo com Serrano, surgiu após ter que contar e recontar a parte da história que conhece sobre o jiu-jitsu. “Resolvi escrever por querer mostrar aos que não conheciam a verdadeira história dessa arte, que ao contrário do que muitos pensam não foi criada pela família Gracie”, contou.
Procurando nos jornais brasileiros do início do século passado (tudo preservado e digitalizado pela Fundação Biblioteca Nacional) como mostrado por Serrano nas páginas do seu livro, ele descobriu o que pôde sobre a história das primeiras lutas no Brasil. “Naquela época o jiu-jitsu era um esporte que estava na mídia constantemente e por isso o acervo da Biblioteca Nacional é riquíssimo. Quando eu vi que havia muito a ser lembrando, principalmente sobre os fatos que envolvem os mestres como Carlos Gracie e Hélio Gracie e que essas informações são muito diferente do que seus seguidores pregam, resolvi fazer o livro”, revela o autor.
Escrever sobre o tema não é novidade para esse paulista. Ele já traduziu do inglês para o português e lançou no Brasil em 2012 dois manuais de jiu-jitsu do método Kawaihi. Seus dois mais recentes trabalho devem ser traduzidos para o inglês ainda em 2014.