Histórico

Mesmo com recesso no Congresso, senadores democratas apresentam novo projeto de reforma

Quando muitos parlamentares já haviam deixado Washington DC rumo a seus estados de origem para a campanha das eleições de 2 de novembro, os senadores democratas Robert Menéndez (New Jersey) e Patrick Leahy (Vermont) apresentaram no Senado mais um projeto de reforma da lei imigratória. Nem mesmo as repetidas e frustradas tentativas de aprovar propostas benéficas aos indocumentados nos últimos dois anos foram capazes de desanimar a dupla, que acredita num diálogo bipartidário logo após o fim da chamada ‘lame duck session’, ou seja, o período de recesso branco no Congresso que antecede o pleito.

“Precisamos deixar de lado as diferenças políticas e agirmos em conjunto para, finalmente, resolver o problema que atinge mais de 10 milhões de indocumentados no nosso país”, afirmou Menéndez, o único senador de origem hispânica no atual Congresso. Para tanto, ele pediu o apoio da mídia, no sentido de enfocar nas matérias os pontos positivos do projeto, deixando de lado as limitações de tempo. “Até porque outras propostas imigratórias foram aprovadas durante o lame duck”, disse Menéndez, referindo-se ao Life Act e ao Nacara.

O texto atual não difere muito do que já foi apresentado recentemente no Congresso: nas 73 páginas divididas em seis tópicos principais, os senadores falam sobre uma segurança mais efetiva na fronteira e punições severas à contratação de trabalhadores indocumentados. Os críticos, porém, repetem que a iniciativa tem apenas caráter eleitoreiro e visa a conquista do voto latino em novembro. “Trata-se de mais um teatro democrata”, afirmou o ativista antiimigrante Dan Stein.

Um dos pontos mais polêmicos do projeto certamente será a anistia aos indocumentados. De acordo com o texto, qualquer imigrante que chegou à América antes de 30 de setembro poderá ser beneficiado, mediante pagamento de multa e pesquisa da ficha criminal. O conhecimento do idioma inglês é pré-requisito para a concessão do visto, que seria de quatro anos, podendo ser renovado. “Precisamos tirar estas pessoas das sombras”, explicou o senador Leahy.

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