Especialistas estão chegando a várias conclusões ao analisar os mesmos indicadores, desde as altas taxas de juros determinadas pelo FED (Banco Central dos EUA) até as impressões de construtores, corretores e de compradores que desejam saber para onde está indo o mercado.
Os diversos cenários refletem a indefinição do mercado tanto com as vendas de novos imóveis quanto dos usados em queda em relação ao ano passado, embora os preços ainda continuem altos.
O mercado imobiliário “está dando sinais confusos” ultimamente, comentou Neda Navab, presidente de operações da imobiliária Compass em New York. “Se você for pessimista, há muitos motivos para se preocupar. Se você for otimista, há muitos motivos para comemorar”.
Há um consenso de que o mercado imobiliários experimentou uma drástica queda em sua atividade no auge da pandemia.
Essa queda lenta continuará com declínio moderado de preços por 18 meses, disse Greg Phillips, diretor de Tecnologia da Houwzer, uma startup de imóveis baseada na Philadelphia. O mercado imobiliário “não é tão volátil como o mercado de ações, ele se move em um ritmo mais lento”, explicou Phiilips.
Navab da Compass disse que milhões de compradores “ainda querem e precisam comprar imóveis”, embora alguns deles estejam puxando o freio por causa das condições de compra, do aumento das taxas de juro e da incerteza econômica como um todo.
Compradores, proprietários e corretores já estão se ajustando a este ritmo lento, revelou Navab, afirmando que os preços das casas à venda, embora mais reduzidos, permanecem elevados.
Ele comentou que o mercado deve se estabilizar perto dos níveis atuais. “Eu chamaria de uma ‘correção’ e não de uma ‘recessão’’’.
Outros especialistas como Phillips, da Houwzer concordam com Navab. “Esta é uma situação bastante complicada que está acontecendo agora, mas não é nada como o crash em 2008 e 2009, que levou anos para o mercado se desenrolar”, disse.
Já o consultor de investimentos imobiliários de Los Angeles, André Stewart, CEO da InvestFar, uma startup, acredita que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, está longe de terminar de desempenhar um papel fundamental no futuro do mercado imobiliário e teme pelo pior.
“O FED também tem um dilema de hipotecas de $2.7 trilhões, combinado com altas taxas de juros, é muito improvável que o Federal Reserve possa desenredar seu balanço”, disse Stewart. “Mas se o fizerem, preparem-se para um colapso, não para uma correção na habitação nos próximos 18 a 24 meses”, finalizou Stewart. (Com informações do USA Today)