Com a volta das competições no futebol brasileiro, poucos ainda se lembram da Copa América. No entanto, é bom fazer um balanço para saber os pontos positivos e negativos desta conquista, depois de 12 anos.
Bem, em primeiro lugar, a Seleção Brasileira de Futebol manteve a escrita e saiu campeã quando sediou a competição. Este foi o nono título da Copa América. A conquista mantém o futebol brasileiro ainda longe dos principais ganhadores – Uruguai, campeão por 15 vezes, e Argentina, 14 vezes. Como era de se esperar, as três potências sul-americanas dominam o futebol no continente. Além delas, venceram o torneio Paraguai, Chile e Peru por duas vezes e Bolívia e Colômbia uma vez. Apenas Equador e Venezuela jamais ganharam um título.
Voltando à essa última edição, podemos dizer que a Seleção Brasileira de Futebol apresentou altos e baixos. Estreou sem empolgar contra a Bolívia (a pior seleção do Torneio), apesar da vitória por 3 a 0. Em seguida, não soube furar a retranca montada por Rafael Dudamel, técnico da seleção da Venezuela, e amargou um 0 a 0. A recuperação veio no último jogo da Fase de Grupos, com a Seleção Brasileira de Futebol goleando por 5 a 0. Mais importante do que a goleada, fruto de uma má jornada do goleiro peruano Gallese, foi o fato de Tite ter encontrado a equipe ideal, com as entradas de Gabriel Jesus pela direita e de Éverton Cebolinha pela esquerda. O time ganhou contundência e efetividade.
Entretanto, o ferrolho paraguaio montado pelo técnico Eduardo “Toto” Berizzo segurou o entusiasmo dos brasileiros e levou a decisão para a série de penalidades máximas, após um 0 a 0 chocho. Este ano, porém, o roteiro foi diferente. Nas duas últimas edições de Copa América, o Paraguai eliminou o Brasil nos pênaltis. Desta vez, foi eliminado pelos brasileiros.
Melhor jogo do campeonato
Na semifinal, enfrentamos o principal rival: Argentina. A seleção Albiceleste começou mal o certame e por isto acabou sendo adversária do Brasil na semifinal e não na final como gostariam os organizadores do torneio. Mesmo em uma Copa América fraca e com poucos atrativos, Brasil e Argentina protagonizaram provavelmente a melhor partida. A Seleção Brasileira de Futebol venceu por 2 a 0 (gols de Gabriel Jesus e Firmino), no entanto, não se pode dizer que tenha sido fácil. Os argentinos carimbaram as traves duas vezes, Alisson fez boas intervenções e ainda reclamaram (com razão) da não revisão de duas jogadas duvidosas na área do Brasil, que poderiam ser apontadas como pênaltis.
Na decisão do terceiro lugar, os argentinos derrotaram os chilenos por 2 a 1 e ficaram com a terceira colocação. O Chile, aliás, foi campeão em 2015 e 2016 sobre a Argentina em cobrança de pênaltis. Porém, argentinos e chilenos se enfrentaram 21 vezes na Copa América, com 14 vitórias da Argentina, sete empates e nenhuma vitória chilena.
A final imprevisível entre Brasil e Peru permitiu a Tite ganhar seu primeiro título à frente da Seleção Brasileira de Futebol. O gol prematuro de Éverton Cebolinha quebrou o esquema armado pelo técnico do Peru, Ricardo Gareca. O empate veio no final do primeiro tempo com um pênalti duvidoso. Paolo Guerrero, porém, não tem nada com isso. Foi lá e marcou o gol que tirou a invencibilidade de Alisson no torneio. Entretanto, antes dos times irem para os vestiários, Gabriel Jesus recolocou o Brasil em vantagem.
Na segunda etapa, os peruanos ensaiaram uma reação, sobretudo depois da injusta expulsão de Gabriel Jesus, mas faltou qualidade técnica. Mesmo com 10 jogadores, a Seleção Brasileira de Futebol chegou ao título após a cobrança de Richarlison, que converteu a penalidade máxima sofrida por Éverton – também duvidosa. Com o placar de 3 a 1, só restou deixar o tempo passar e comemorar o título.
Seleção da Copa América 2019, segundo a Conmebol
A Conmebol divulgou, no início na terça-feira (9), a seleção da Copa América. Numa formação 4-3-3, o time ideal da competição tem cinco brasileiros: o goleiro Alisson, o zagueiro Thiago Silva, o lateral-direito Daniel Alves, o volante Arthur e o atacante Everton.
Do finalista Peru, que perdeu a final por 3 a 1 para a seleção brasileira, entraram Trauco, lateral-esquerdo do Flamengo, e Guerrero, centroavante do Internacional. Uruguai, Argentina, Chile e Colômbia também estão representadas respectivamente por Giménez, Paredes, Vidal e James Rodríguez.
A seleção da Copa América ficou assim, portanto: Alisson (BR), Trauco (PE), Thiago Silva (BR), Giménez (UR), Daniel Alves (BR), Vidal (CH), Paredes (AR), Arthur (BR), James Rodriguez (CO), Everton Cebolinha (BR) e Guerrero (PE).
Logicamente, sempre haverá aqueles que consideram injustas algumas escolhas. Todavia, a eleição de Daniel Alves como o craque da Copa América 2019 foi inquestionável. Ele assumiu o posto de capitão e mostrou que fez falta na Copa do Mundo da Rússia no ano passado, onde sua experiência e seu futebol foram sentidos.
Motivos de contentamento e preocupação
O que ficou de bom para Tite – confirmado como técnico da Seleção Brasileira pela CBF – foi o entendimento de seu sistema de jogo por parte dos jogadores. A solidez defensiva e a movimentação no ataque com constantes trocas de posições renderam bons frutos. O problema maior de Tite parece ser o meio campo, eficiente na destruição, na marcação e na roubada de bolas, mas deficiente na criação de jogadas. Talvez o retorno de Neymar (com a mente focada em jogar futebol) possa ser a resposta a esse problema.
A Seleção Brasileira fará uma série de amistosos em datas Fifa (um deles aqui e m Miami, em setembro, contra a Colômbia) e se preparará para o início das eliminatórias para a Copa do Mundo do Qatar em 2022 e para a Copa América 2020. Sim, no ano que vem, haverá outra Copa América! A novidade é que não haverá uma sede apenas, mas, sim, duas: Colômbia e Argentina. Segundo a Conmebol, isto servirá para alinhar a Copa América com a Eurocopa que passarão ser disputadas simultaneamente.
Isto está no futuro. Agora, porém, é momento de comemorar a conquista. Mas com moderação.
Bahia, Flamengo e Palmeiras se dão bem
Os torcedores, antes unidos pelo Brasil, agora se dividem pela torcida por seus clubes do coração. E a temporada 2019 recomeçou com as partidas de ida das quartas de final da Copa do Brasil para as principais equipes do país. Grêmio e Bahia foram os dois primeiros times a entrar em campo, mais exatamente na Arena do Grêmio.
O clima frio que tomou conta de Porto Alegre parece ter feito bem aos jogadores que proporcionaram um jogo cheio de atrativos. Como era de se esperar, o tricolor gaúcho assumiu o comando da partida, fazendo valer sua condição de mandante. O meia Jean Pyerre inclusive mandou uma bola na trave direita do goleiro Douglas do Bahia, autor do pênalti sobre Éverton Cebolinha. O próprio jogador cobrou e marcou, dando vantagem à equipe gremista.
Na segunda etapa, o time de Salvador surpreendeu ao empatar o jogo em 1 a 1 com uma cabeçada de Gilberto em cobrança de escanteio. Renato Portaluppi tentou melhorar a produção ofensiva de seu time, porém, as entradas de Luan, Pepê e Felipe Vizeu não surtiram os efeitos esperados. Para piorar a situação, Vizeu sofreu uma forte lesão no joelho e o time de Porto Alegre terminou o jogo com um homem a menos. Todas partidas de volta estão marcadas para a próxima quarta-feira (17). Este duelo será na Arena Fonte Nova e o vencedor deste duelo enfrentará o ganhador da série dos rubro-negros. Pelo Brasileirão, o Grêmio recebe o Vasco da Gama em sua casa e o Bahia enfrenta o Santos no Pituaçu. Os dois jogos estão marcados para o sábado (13).
Jogo de alto nível em Curitiba
Flamengo tinha pela frente um de seus algozes: Athletico Paranaense na Arena da Baixada, uma equipe que normalmente derrota o Rubro-Negro carioca em seus domínios. E outra vez o time carioca não teve moleza na estreia do treinador português Jorge Jesus no comando da equipe. Após um primeiro tempo intenso, onde prevaleceu a equipe curitibana, com dois gols (justamente) anulados com auxílio do VAR, houve um lance polêmico. O goleiro do Flamengo Diego Alves segurou a bola com as mãos fora da área. Por ser o último jogador, muitos especialistas disseram que o árbitro Angelo Daronco errou em não expulsá-lo. Outros, porém, discordaram. Na segunda etapa, o zagueiro Leo Pereira abriu o placar para os donos da casa, mas Gabriel Barbosa empatou para os visitantes em um lindo gol por cobertura, decretando o placar final de 1 a 1. A partida de volta será no Maracanã e, como em todas séries, dois resultados iguais levam a decisão para os pênaltis, porque não há mais gol qualificado fora de casa. Antes deste confronto, porém, os dois times jogam no domingo. Flamengo recebe o Goiás no Rio e Athletico joga com o Internacional em Curitiba.
Palmeiras: único vencedor
Sem contar o duelo entre Cruzeiro e Atlético Mineiro, que jogaram na quinta-feira no Mineirão (após o fechamento desta edição), apenas o Palmeiras conseguiu uma vitória. O Alviverde paulista derrotou o Internacional por 1 a 0 no Allianz Parque, com uma atuação segura, mas sem empolgar. O time comandado por Felipão se impôs desde o início e abriu o placar com Zé Rafael aos 15 minutos do primeiro tempo aproveitando o cruzamento de Bruno Henrique. Do lado do Inter, pouco se viu. O único perigo foi um chute de fora da área de Nico Lopez, bem defendido por Weverton. Na segunda etapa, o Palmeiras continuou mandando no jogo, mas desperdiçou as oportunidades de ampliar o marcador e ficar com um saldo de gols confortável para a partida de volta no Beira Rio. Felipão já adiantou na entrevista coletiva que vai alterar a equipe para enfrentar o São Paulo no Morumbi no sábado (13) na retomada do Brasileirão, competição que o Verdão lidera com folga – cinco pontos à frente do Santos, vice-líder. Já o Inter viaja para Curitiba onde enfrenta o Furacão.
Time de Beckham terá estádio fora de Miami antes de estrear arena na MLS
O Inter Miami, time controlado pelo ex-jogador David Beckham e por um grupo de empresários, anunciou esta semana que chegou a um acordo com a cidade de Fort Lauderdale, na Flórida, para começar a disputar a MLS em março de 2020. Em virtude do acordo, os dirigentes do Inter Miami poderão construir um estádio para 18 mil espectadores em um terreno de 64 acres onde era localizado o Lockhart Stadium, que foi demolido em junho.
Essa não será a sede definitiva do Inter Miami, que ficará em Miami, em um terreno municipal que hoje é ocupado por um clube de golfe. O plano é realizar a mudança após ter disputado duas temporadas da MLS em Fort Lauderdale, cidade situada 40 quilômetros ao norte de Miami. O clube de futebol pagará a construção do novo estádio em Fort Lauderdale, orçado em $60 milhões, e se compromete a manter por 50 anos as instalações em um terreno que continuará sendo propriedade do município.
Além do estádio, que servirá para diversos eventos, haverá um centro de treinamento, vários campos de futebol, pistas para correr e caminhar, um espaço de jogo e outro para cachorros.
A Prefeitura terá acesso ao estádio e à quadra de grama sintética para determinados torneios escolares e eventos previamente acordados com o clube.
O estádio de Fort Lauderdale continuará sendo o centro de treinamento de todas as equipes do clube depois da mudança para Miami. Inclusive, será a sede permanente das categorias de base.
Quando chegar ao Freedom Park de Miami, o clube de Beckham contará com um estádio de 28 mil assentos em um lugar que incluirá escritórios, comércios e hotéis.