Brasil

Médium João de Deus é condenado a 48 anos por crimes sexuais

Curandeiro de famosos, João de Deus responde a 26 infrações penais de violação sexual e, em dezembro do ano passado, foi condenado a 109 anos de prisão

O médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, foi condenado na sexta-feira (3), em regime inicialmente fechado, a mais 48 anos e seis meses de prisão por crimes sexuais cometidos contra cinco vítimas entre 2015 e 2016. A decisão do juiz Marcos Boechat, do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, determina ainda que ele indenize as vítimas em R$ 60 mil. Ele responde a 26 infrações penais de violação sexual e, em dezembro do ano passado, foi condenado a 109 anos de prisão.

João de Deus, 80 anos, trabalhou durante anos como curandeiro na cidade goiana de Abadiânia, a 117 km de Brasília. Ele se apresenta como “médium”, designação usada no espiritismo para descrever quem teria o dom de incorporar espíritos e entidades. Muito procurado por celebridades brasileiras e internacionais, ele já deu consulta espiritual para famosos como Xuxa, Juliana Paes, Fábio Assunção, a top model americana Naomi Campbell e até para a apresentadora Oprah Winfrey, que além de um atendimento, fez uma entrevista exclusiva com o curandeiro brasileiro.

As acusações contra ele começaram a vir a público em 7 de dezembro de 2018, quando o programa Conversa com Bial, da TV Globo, divulgou as primeiras denúncias de abuso sexual. Dezenas de outras histórias vieram à tona desde então.

João de Deus foi preso em 16 de dezembro de 2018 e, em março de 2020, passou para a prisão domiciliar. A defesa alegou que, além de idoso, o médium estava com a saúde debilitada. Em agosto, ele voltou para o presídio, mas retornou ao regime domiciliar já no mês seguinte, em Anápolis (GO), onde está atualmente.

Até o momento, João de Deus já foi condenado a 44 anos e 6 meses por crimes sexuais; 40 anos de reclusão por crimes sexuais; 19 anos e 4 meses de reclusão por crimes sexuais; 3 anos de reclusão por crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido e crime de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito; 4 anos de reclusão por crime de violação sexual mediante fraude; 2 anos e 6 meses de reclusão por violação sexual mediante fraude; 109 anos de prisão por crimes de violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável. João de Deus ainda vai responder a mais seis processos na comarca de Abadiânia. 

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