O massacre em uma boate LGBT em Orlando (leia nas páginas 6 e 7) já teve impacto nas campanhas de Donald Trump e Hillary Clinton, os quase confirmados candidatos dos partidos Republicano e Democrata, respectivamente, na corrida pela Presidência dos Estados Unidos. O bilionário voltou a defender o banimento da entrada de muçulmanos no país enquanto a ex-secretária de Estado criticou a facilidade de acesso e compra de armas. A expectativa é que o ataque, o pior em solo americano desde o ocorrido em 11 de setembro de 2001 e também o maior tiroteio em massa, reverbere de maneira importante na campanha, ao menos durante as próximas semanas.
Na segunda-feira (13), Trump abusou da retórica colérica em discurso no Estado de New Hampshire. “A única razão para o assassino estar na América em primeiro lugar foi porque nós permitimos que sua família estivesse aqui”, disse ele, referindo-se à origem afegã dos pais do atirador. “Quando eu for eleito, vou suspender a imigração de áreas do mundo onde há uma história de terrorismo contra os EUA, Europa e nossos aliados”, afirmou Trump, prometendo, mais uma vez, “banir temporariamente” a entrada de muçulmanos no país.
Do lado democrata, Hillary rebateu as declarações de Trump, nesta terça-feira (14), em pronunciamento feito no Estado da Pensilvânia. “O que Donald Trump está dizendo é vergonhoso e desrespeitoso com aqueles que foram mortos e feridos e suas famílias. Se até as famílias das vítimas de Orlando estão falando neste momento contra o ódio e divisão, nós certamente devemos esperar por isso de nossos líderes. E eu sinto muito em dizer que não é isso que nós estamos ouvindo de Donald Trump”, afirmou a ex-secretária de Estado. Na segunda-feira (13), sem mencionar o nome de Trump, Hillary criticou as propostas e o discurso do candidato republicano.