Fundador do Facebook assina manifesto, ao lado de outros 62 empresários, pedindo que a Corte decida a favor das ordens que podem beneficiar milhões
DA REDAÇÃO, COM FUSION – O criador do Facebook, Mark Zuckerberg, assinou na terça-feira (8) um manifesto enviado à Suprema Corte pedindo aos juízes que apoiem as ordens executivas que protegem temporariamente alguns imigrantes indocumentados da deportação e lhes dá autorização de trabalho legal nos Estados Unidos.
“Em vez de acolher as contribuições econômicas trazidas pelos imigrantes, nossa política imigratória repressiva tem inibido a produtividade das empresas americanas, tornando-as menos competitivas no mercado global,” diz o manifesto, assinado por Zuckerberg e outros mais de 60 empresários e líderes do mundo dos negócios.
“A contínua ameaça de remoção e outras incertezas que afetam os imigrantes enfraquecem nossa economia,” diz outra parte do manifesto, obtido pelo website noticioso Fusion.
O manifesto é assinado por 63 empresas e indivíduos, entre eles Reid Hoffman, CEO da LinkedIn; Redfin Corporation, companhia imobiliária; Taquería El Rincón Mexicano, restaurante mexicano de Grand Rapids, Michigan; e mitú Network, empresa de tecnologia da informação direcionada a jovens latinos.
Zuckerberg tem sido a voz mais destacada do meio empresarial em apoio à causa imigrante e às ordens executivas do presidente Obama.
As ordens imigratórias de Obama permanecem embargadas por uma ação impetrada por uma coalizão de 26 estados governados por Republicanos e liderados pelo Texas. As ordens permitiriam que imigrantes indocumentados pais e mães de cidadãos americanos (ou de residentes permanentes) ficassem protegidos da deportação e pudessem receber autorizações de trabalho depois de cumprir com uma série de requisitos, entre eles passar por uma verificação de antecendentes criminais. O caso foi parar na Suprema Corte, que vai ouvir as partes no dia 18 de abril, e decidir em seguida se o presidente tem ou não autoridade constitucional para assinar tais ordens.
Os parlamentares Republicanos opõem-se veementemente às ordens. O presidente da Câmara (Speaker of The House), Paul Ryan, anunciou na semana passada planos para votar uma resolução parlamentar que permitiria à Câmara barrar as ordens executivas de Obama.
Em 2013, Zuckerberg e vários outros executivos e investidores da área tecnológica crairam o website FWD.us, uma organização sem fins lucrativos em prol de uma reforma imigratória. Entre os 15 fundadores originais, estão Bill Gates, da Microsoft e Ruchi Sanghvi, a primeira engenheira de software do Facebook e ex-vice presidente de operações do Dropbox.
“Prosseguir com as medidas em debate vai permitir que quase 5 milhões de imigrantes indocumentados que já contribuem para a nossa economia e participando da comunidade possam sair das sombras e viver livres do medo de serem deportados,” disse o presidente da FWD.us, Todd Schulte, à Fusion.
Além do manifesto dos empresários, os prefeitos de Nova York, Bill de Blasio, e de Los Angeles, Eric Garcetti, encabeçam uma lista de 118 prefeitos signatários de um outro manifesto à Suprema Corte, também pedindo a aprovação das ordens executivas.