Ex-gerente da companhia aérea em Miami (foto) foi elogiado por seu papel ponderado na crise da Varig
O presidente da Varig, Marcelo Bottini que acumulava a função de gestor interino, deixou nesta segunda-feira (21) a direção da empresa. Sua saída, bem como o afastamento de todo o conselho de administração da empresa, estava prevista no plano de recuperação. Com a venda da parte boa da Varig para a Varig Log, não havia mais sentido manter essa estrutura.
A Varig remanescente, que assumirá o nome e a marca Nordeste, uma das companhias aéreas do grupo, será comandada pelo gestor judicial Miguel Dau, eleito na semana passada. O cargo foi transferido formalmente durante uma reunião de diretoria da Varig velha na sede da companhia, ao lado do aeroporto Santos Dumont, no Rio. Aos 45 anos, dos quais 26 dedicados à Varig, Bottini assumiu o comando da companhia em novembro do ano passado, com o afastamento de Osmar Carneiro da Cunha e David Zylbersztajn. Casado com uma ex-comissária da Varig, ele deixou a família em Miami quando assumiu a presidência. Por conta da crise da empresa, ele literalmente passou a morar na Varig, num quarto anexo à sala da presidência. Calmo e atencioso com os funcionários, ele é tido com um dos grandes responsáveis por manter o ânimo da tropa, apesar dos salários atrasados.
Miguel Dau ficará responsável por administrar um passivo de R$ 7 bilhões – com uma receita de alguns milhões apenas. Além de alugar imóveis e prestar serviços para a nova Varig, a Nordeste irá operar um único vôo, de fim de semana, ligando São Paulo a Porto Seguro, na Bahia.