Mais de 300 anúncios em vídeo do presidente americano Donald Trump foram retirados do Google e do YouTube, de junho a setembro, por violar a política da empresa. Os posts políticos na internet obedecem às mesmas regras da televisão, mas são submetidos a uma avaliação específica por sua capacidade de disseminar – ampla e rapidamente – informações equivocadas, segundo revelou o programa “60 Minutes”, da rede CBS.
Os anúncios online podem espalhar mentiras num ritmo alarmante, reforçados por algoritmos que identificam o público-alvo em enormes velocidade e escala. Em outubro, o Twitter anunciou que iria proibir publicidade política. O Google e sua subsidiária YouTube não impedem esse tipo de propaganda, mas divulgaram, em novembro, ajustes e esclarecimentos sobre o tema, incluindo a limitação de usuários.
Na entrevista à CBS, ao ser perguntada se já havia retirado do ar anúncios de Trump, a CEO do YouTube, Susan Wojcicki, afirmou que existem peças que não foram aprovadas para exibição. E contou que Google, YouTube e Facebook mantêm arquivo aberto a pesquisa de anúncios políticos exibidos no site.
A reportagem revisou o arquivo e descobriu que mais de 300 anúncios foram suspensos, principalmente no verão, por violar a política da empresa, embora não especifique a política infringida. As peças consideradas ofensivas, no entanto, não estão disponíveis para exibição. Em geral, eram exibidas alguns dias antes de serem retiradas, sugerindo que atingiram o público-alvo antes de removidas.