Desde o início deste ano, o governo Biden mandou de volta mais de 2 mil brasileiros em voos fretados para Minas Gerais. O voo mais recente contou com 39 passageiros e foi o 630 desde outubro de 2019 quando teve os aviões fretados começaram a ser enviados.
A chegada do primeiro voo naquele ano marcou a retomada de uma medida que não era aceita pelo Brasil desde 2006. Mesmo com a eleição de Joe Biden, a situação não mudou.
Os relatos de pessoas deportadas nesses voos são de maus tratos nas prisões do ICE.
“Era uma garrafinha de água de 500 ml por dia, fiquei cinco dias sem tomar banho e escovar os dentes, alimentação só com burrito, laranja e maçã. Algumas mulheres chegavam a mostrar os seios aos guardas para ganharem comida”, disse uma das deportadas ao G1.
Ela saiu do Brasil junto com os pais e uma irmã. No dia 29 de janeiro, a família chegou aos Estados Unidos.
“A patrulha pegou a gente e jogou nossos pertences no lixo, só não jogou eletrônico, dólar e medicamento”, contou, sem ser identificada.
Os pais da mulher foram deportados há uma semana, mas ela só soube depois que eles tinham voltado ao Brasil. “Era uma situação muito humilhante”, disse ela que foi obrigada a conviver com o frio em uma cela.
No ano fiscal de 2021 (entre outubro de 2020 e setembro de 2021), brasileiros foram apreendidos em número recorde este ano na fronteira sul, como parte da crise migratória generalizada por que passam os Estados Unidos.
Nos onze primeiros meses do ano fiscal de 2021, 46,2 mil brasileiros foram detidos na fronteira sul, de acordo com dados do U.S. Customs and Border Protection (CBP), comparados como os 17,8 mil em todo o ano de 2019. Apesar do número ser apenas uma fração dos mais de 550 mil mexicanos detidos até agora este ano, os brasileiros ocupam o sexto lugar em nacionalidades apreendidas na fronteira em 2021. Números de 2022 ainda não foram disponibilizados pelo governo. (Com informações do G1)