O principal diplomata ucraniano em Havana disse que a recusa de Cuba em se juntar à Rússia e votar contra uma resolução das Nações Unidas que condena a invasão em curso da Ucrânia é sinal de que a pressão funciona e um desenvolvimento que lhe dá “esperança cautelosa” de que o governo da ilha, um firme aliado russo, faria mais diplomaticamente para parar a guerra.
O chefe da missão da embaixada da Ucrânia em Havana, Oleksandr Kalinchuk, disse acreditar que o voto de abstenção de Cuba na quarta-feira (2) foi provavelmente uma resposta a uma nota de protesto que seu governo enviou às autoridades cubanas no fim de semana passada.
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia “expressa seu forte protesto contra as declarações do governo de Cuba em apoio à agressão da Rússia contra a Ucrânia”, tuitou a vice-ministra das Relações Exteriores do país, Emine Dzheppar, em espanhol no domingo (27). Ela disse que seu governo pediu a Cuba “que exorte a Rússia a acabar com essa agressão”.
Até agora, Cuba evitou condenar ou apoiar abertamente a invasão russa. Suas declarações públicas transferiram a culpa pelo ataque para os Estados Unidos e retrataram a agressão da Rússia como legítima defesa.
Internamente, a mídia estatal cubana promoveu agressivamente a desinformação e propaganda russa, confiando quase exclusivamente na cobertura da RT e censurando acontecimentos importantes, como o voto de abstenção de Cuba na ONU.