Histórico

Mães de crianças especiais criam grupo de apoio no sul da Flórida

Troca de informações e encontros de lazer tem atraído famílias que se viam sozinhas e desamparadas

Joselina Reis


Mães do Grupo de Apoio a Famílias Brasileiras Especiais (GAFBE-SFL)

Tudo começou no Facebook em setembro deste ano e dois meses depois a agenda do grupo já tem voluntários, website e uma lista de eventos. “Está acontecendo muito rápido, isso mostra a necessidade dessas famílias”, acredita Daniely Lins da Silva, fundadora do Grupo de Apoio a Famílias Brasileiras Especiais (GAFBE-SFL). Ela tem um filho de cinco anos com autismo.

Desde então, os pais já organizaram dois piqueniques, um café da manhã só para mães, e agora começam uma série mensal de palestras com orientação médica sempre focando nas necessidades dos pais em entender as necessidades dos filhos.

Depois de cada palestra haverá a escolha do tema para a próxima reunião, levando em conta as sugestões dos pais.

“Ainda estamos surpresos com tanta recupercussão e resultados positivos”, conta Daniely. Ela lembra que pais, que antes dos encontros temiam pelo futuro dos filhos e até recusavam a reconhecer que tinham uma criança com necessidades especial, agora se dizem mais felizes, esperançosos e menos sozinhos.

“Passei uma semana de luto”, lembra a brasileira Caroline Faria, mãe de um menino de sete anos que tem autismo. Ela acredita que vai encontrar no grupo muito apoio para superar os momentos difíceis. Quando o filho tinha 3 anos e meio ela recebeu o diagnóstico e pensou até em voltar ao Brasil. “Eu estava sozinha e não falava a língua”, recorda.

Hoje o filho frequenta uma sala especial e ela recorda do primeiro conselho que recebeu: “O que você fizer agora pelo seu filho vai determinar o que ele vai ser no futuro”.

Com o incentivo em mente, ela fez o que podia, mas ainda se diz magoada com o diagnóstico tardio. “O pediatra dizia que ele não falava por causa do bilinguismo”, reclama.

“A gente passa por tudo, desde a falta de informação adequada até a aceitação da sociedade. Eu fiquei tateando no escuro”, desabafa a brasileira Henriette da Cunha, que tem um filho de oito anos, portador de síndrome de down.

O primeiro brunch do grupo aconteceu no dia 19 de novembro em Deerfield Beach. O que estava programado para ser um encontro de apenas sete mulheres, reuniu dezesseis mulheres, àvidas por saber mais e ajudar seus filhos. “Informação é tudo”, garante Caroline Faria, que tem um filho de sete anos diagnosticado com autismo.

Para outra integrantes do grupo, a brasileira Cristiane Salgado, mãe de um filho com paralisia cerebral, o GAFBE-SFL já é sua segunda forma de apoio a mães. Em 2009 ela criou o Kid’s Needs Foundation.

Desde então, ela calcula que a entidade já ajudou pelo menos 50 crianças com necessidades especiais.

O objetivo da fundação é captar doações e transformar os recursos em equipamentos que possam ajudar as crianças a obter mais qualidade de vida, seja com cadeiras de rodas até iPads que possam ajudar na comunicação e educação dos pequenos.

Website do grupo: http://www.gafbe-sfl.org/
Grupo no Facebook: https://www.facebook.com/groups/brasileirinhosespeciais/

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