Gracieli Ugulini, madrasta do menino Bernardo, morto em 2014, aos 11 anos, disse em interrogatório durante o julgamento popular na quinta-feira (14), na cidade de Três Passos, que a criança tomou remédios que estavam em sua bolsa, dentro do carro, durante uma viagem, após ela já ter dado medicação a ele, para se acalmar. De acordo com ela, “foi um acidente, uma sucessão de erros.” As informações são do G1.
A madrasta foi interrogada pela manhã, no quarto dia de júri. Ela foi acusada por homicídio quadruplamente qualificado. O julgamento deve terminar na sexta-feira (15).
Na quarta-feira (13), Leandro Boldrini, pai de Bernardo, afirmou que não mandou matar o filho. Ele afirmou que a criança foi morta pela madrasta, Graciele Ugulini, e a amiga dela Edelvânia Wirganovicz.
Bernardo foi morto em 2014, após ingerir uma superdosagem de Midazolam. O corpo foi encontrado 10 dias depois envolto em um saco plástico em uma cova em Frederico Westphalen.
Graciele, por sua vez, relatou que viajava para Frederico Westphalen com Bernardo, de carro, e deu um remédio para enjoo para o menino. No meio do caminho, após ser parada por excesso de velocidade, ela contou que a criança ficou nervosa. Ela teria, então, dado ritalina para acalmá-lo. Como a agitação continuou, ela disse jogou a bolsa para trás e o mandou ele tomar mais remédio.
Quando chegaram ao destino, a madrasta contou que eles trocaram de carro, e seguiram no veículo de Edelvânia. Então, ela percebeu que o menino não reagia, não acordava, estava babando.
“Eu levantei a cabeça dele, e vi que não tinha movimento respiratório. Aí peguei no pulso dele, e vi que não tinha mais batimentos”, afirma Graciele, chorando. A madrasta enxugou as lágrimas diversas vezes durante o interrogatório. Ela falou de frente para os jurados.
Para a juíza Sucilene Engler Werle, Graciele inocentou Leandro. “Não tem nada que ver, só quero o perdão dele (…) Nada, foi tudo culpa minha”. A madrasta acrescentou que “nunca mais” falou com o pai de Bernardo.