Os presidentes Luís Inácio Lula da Silva e Joe Biden se encontraram nesta sexta-feira (10), no salão oval da Casa Branca, em uma reunião que alinhou o compromisso dos dois países com o fortalecimento da democracia e outras pautas estratégicas. Lula e a primeira-dama, Rosângela Silva (Janja), chegaram por volta das 4:30 da tarde, e foram recebidos por Biden logo ao descerem do carro.
O petista agradeceu o americano por ter sido um dos primeiros líderes mundiais a reconhecer sua vitória nas urnas, e condenar os ataques às sedes dos poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro. “Nós agora temos alguns problemas para trabalharmos juntos”, disse Lula a Biden, completando: “Primeiro, nunca mais permitir que haja um novo capítulo do Capitólio, e que nunca mais haja o que aconteceu no Brasil, com a invasão do Congresso Nacional”.
O brasileiro disse ainda que o país estava em isolamento auto-imposto sob o governo Bolsonaro, que, segundo ele, vivia de “fake news de manhã, à tarde e à noite”. Biden riu e acrescentou, “soa familiar”, aparentemente se referindo ao seu antecessor Donald Trump. “Ambas as nossas democracias foram testadas”, adicionou o democrata.
A redução do desmatamento na Amazônia também foi discutida. Há uma expectativa de que os EUA passem a integrar o fundo de proteção da floresta, reativado em janeiro passado, após um período de congelamento durante a gestão bolsonarista. Atualmente, Alemanha e Noruega fazem parte do fundo.
Após darem declarações em público, os dois mandatários tiveram uma reunião a portas fechadas, onde trataram de temas mais sensíveis. Na saída, Lula comentou que um dos assuntos abordados foi a guerra na Ucrânia, o qual eles discordam. Lula recua em condenar a Rússia e propõe a criação de um comitê global para negociar a paz. Mais cedo, ele falou em uma entrevista à jornalista Christine Amanpour, da CNN: “Não quero entrar na guerra, quero acabar com a guerra.”
Esta é a segunda vez que Biden e Lula se encontram pessoalmente. A primeira foi quando Biden, então vice-presidente de Barack Obama, viajou ao Brasil no final do segundo mandato de Lula, em 2009.