Histórico

Lula não quer briga com Estados Unidos

Presidente acredita em negociação para evitar sanções, mas quer respeito às regras da OMC

O impasse gerado entre Brasil e Estados Unidos em função do impasse comercial entre os dois países será resolvido de forma diplomática. Esta é a esperança do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que voltou a dizer que o governo divulgou a lista de retaliação a produtos norte-americanos sem o intuito de confrontar a nação mais poderosa do mundo. “Não queremos briga, mas os Estados Unidos devem cumprir as determinações da Organização Mundial do Comércio”, afirmou Lula.

O desejo de encontrar uma solução para efeitos da disputa na OMC, aliás, é o mesmo entre os representantes dos dois países. No ano passado, a organização internacional que regula os negócios entre as nações autorizou o Brasil a aplicar sanções aos EUA até o limite de 830 milhões de dólares. A medida é fruto da disputa iniciada em 2002, quando o Brasil recorreu à OMC contra subsídios dados pelo governo americano aos produtores de algodão. Com o aval do órgão, o governo apresentou uma lista de produtos e serviços americanos que serão sobretaxados ao ingressar no mercado brasileiro.

Lula explicou que o Brasil vinha lutando há sete anos contra os subsídios do governo americano aos produtores de algodão do país. Esse benefício, segundo ele, prejudica os “pobres países africanos” que não têm a tecnologia de produção dos países desenvolvidos. “O Brasil ganhou na OMC, e então os EUA teriam que parar com os subsídios, mas eles não pararam. Então a OMC permitiu que o Brasil criasse dificuldades para os produtos americanos. Não é retaliação”, simplificou. Lula chegou a fazer um apelo ao presidente norte-americano, Barack Obama, para que coloque sua equipe para negociar rapidamente o assunto.

O Brasil divulgou esta semana a lista de 100 itens cuja importação deverá ser sobretaxada: são frutas, sucos, produtos de higiene e maquiagem, plástico, algodão preparado, equipamentos industriais, aparelhos de som, veículos, óculos e escovas de dente. Sobre todos esses produtos incidirão alíquotas de importação que variam de 12% a 100% do valor.

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